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Polícia Legislativa realiza operação de madrugada para conduzir ex-coordenador do INSS

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A ação foi autorizada pelo juiz federal Frederico Botelho de Barros Viana, da 15ª Vara Federal de Brasília

JOSE LUCENA/THENEWS2/ESTADÃO CONTEÚDO CPMI investiga fraudes que podem ultrapassar R$ 6 bilhões contra aposentados e pensionistas

A Polícia Legislativa do Senado deflagrou, na madrugada desta segunda-feira (1º), uma operação para cumprir a conduta coercitiva do ex-coordenador geral de Pagamentos e Benefícios do INSS, Jucimar Fonseca da Silva. Localizado em região próxima a Manaus (AM), ele foi levado a Brasília para prestar depoimento à CPMI do INSS nesta tarde.

A ação foi autorizada pelo juiz federal Frederico Botelho de Barros Viana, da 15ª Vara Federal de Brasília, atendendo pedido apresentado pela Advocacia do Senado e aprovado pela comissão. O pedido judicial foi elaborado pelo advogado do Senado, Marcelo Cheli de Lima.

O presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), anunciou a operação nas redes sociais, classificando o episódio como “tenso” e destacando que Jucimar havia apresentado dois atestados médicos antes de viajar ao Amazonas, o que impediu sua audiência presencial previamente agendada.

Segundo Viana, foi necessária conduta coercitiva para garantir depoimentos sobre o esquema de descontos ilegais em benefícios para aposentados e pensionistas. A expectativa é que a Jucimar esclareça como as operadoras conseguiram movimentar grandes quantidades com facilidade e se outros servidores participaram.

Jucimar foi alvo de 11 pedidos de intimação.

Parlamentares apontam-no como peça-chave na estrutura interna do INSS que permitiu o desbloqueio em lote de descontos associativos. Uma delas foi autorizada por nota técnica assinada pelo próprio ex-coordenador, segundo o senador Izalci Lucas (PL-DF).

Além do depoimento de Jucimar, a CPMI ouvirá nesta segunda-feira, às 16h, o empresário Sandro Temer de Oliveira, preso na Operação Sem Desconto da Polícia Federal. Ele é apontado como operador de duas associações sediadas em Sergipe que supostamente realizavam descontos compulsórios e fraudulentos em benefícios.

Izalci e Alessandro Vieira (MDB-SE), autores dos pedidos de intimação, afirmam que Sandro e o sócio Alexsandro Prado Santos distribuíram os recursos desviados por meio de empresas de fachada. O senador Izalci descreveu os bens apreendidos do empresário como “nababescos”, incluindo veículos de luxo e grandes quantias em moeda estrangeira, classificando o depoimento como crucial para desvendar a “fraude bilionária”.

A CPMI, que investiga fraudes que podem ultrapassar R$ 6 bilhões contra aposentados e pensionistas, retoma os trabalhos às 16h, atenta aos depoimentos realizados pela operação emergencial.



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