Texto aprovado por 21 votos a 1 fixa alíquota de 18% para jogos online e segue para Câmara; sessão foi marcada pelas críticas do relator ao Ministério da Fazenda
Edilson Rodrigues/Senado CAE Agência do Senado durante votação do projeto de lei que aumenta a carga tributária das casas de apostas online (apostas), fintechs e instituições financeiras
A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou nesta terça-feira (2), por 21 votos a 1, o projeto de lei que aumenta a carga tributária das casas de apostas online (apostas), fintechs e instituições financeiras. A proposta busca recuperar medidas de arrecadação originalmente previstas em Medida Provisória que recentemente perdeu validade.
O texto aprovado aumenta a alíquota total cobrada sobre o rendimento das empresas de apostas de 12% para 18%. Inicialmente, a proposta previa um aumento para 24%, mas o relator da matéria, senador Eduardo Braga (MDB-AM), recuou e reduziu a alíquota no parecer final.
Além das apostas, o projeto aumenta a tributação sobre os lucros das fintechs — empresas que oferecem serviços bancários digitais — e aumenta a incidência do Imposto de Renda (IR) sobre a distribuição de Juros sobre Capital Próprio (JCP).
A votação foi marcada por atritos entre o relator e a equipe econômica do governo. Eduardo Braga criticou duramente o Ministério da Fazenda, alegando que o ministério quebrou acordos sobre a isenção de dividendos calculados em 2025 e distribuídos até 2028. Dizendo-se “indignado” e “cansado”, Braga afirmou que o governo condicionou o apoio ao texto à retirada desta seção.
Para superar o impasse, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), agiu para diminuir a tensão. Sem consultar o Ministério da Fazenda, Wagner solicitou que as regras sobre dividendos fossem mantidas no relatório, sugestão que foi acatada por Braga.
Impacto fiscal
O projeto é uma tentativa do Palácio do Planalto de restaurar o caixa e equilibrar as contas públicas depois que a Câmara dos Deputados não analisou a MP que substituiu o aumento do IOF.
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Na versão inicial do parecer, os autores do projeto, Eduardo Braga e Renan Calheiros (MDB-AL), estimavam um aumento de receita de quase R$ 5 bilhões para o próximo ano. Porém, como o texto sofreu alterações — incluindo a redução da alíquota de aposta e alterações no JCP —, nenhuma nova estimativa de impostos foi apresentada nesta terça.
A matéria agora segue diretamente para análise da Câmara dos Deputados, a menos que haja recurso para votação no plenário do Senado. Para entrar em vigor, o texto precisará ser aprovado pelos deputados e sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.








