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Entre doces de Halloween, tortas de Ação de Graças e biscoitos natalinos, o final do ano costuma ser repleto de oportunidades para consumir açúcar. Mas o que acontece na sua boca durante os primeiros minutos e horas depois de comer esses doces?
Embora você provavelmente esteja ciente de que comer muito açúcar pode causar cáries – ou seja, danos aos dentes – você pode estar menos familiarizado com a forma como as bactérias usam esses açúcares para construir uma película pegajosa chamada placa bacteriana nos dentes assim que você dá a primeira mordida doce.
Somos uma equipe de microbiologistas que estudam como as bactérias orais causam cáries dentárias. Veja o que acontece na sua boca no momento em que o açúcar passa pelos lábios – e como proteger os dentes:
Um mergulho ácido
Segundos depois de sua primeira mordida ou gole de algo açucarado, as bactérias que fazem da boca humana seu lar começam a usar esses açúcares dietéticos para crescer e se multiplicar. No processo de conversão desses açúcares em energia, essas bactérias produzem grandes quantidades de ácidos. Como resultado, apenas um ou dois minutos depois de consumir alimentos ou bebidas com alto teor de açúcar, a acidez da boca aumenta a níveis que podem dissolver o esmalte – ou seja, os minerais que constituem a superfície dos dentes.
Felizmente, a saliva vem em socorro antes que esses ácidos comecem a corroer a superfície dos dentes. Ele elimina o excesso de açúcares ao mesmo tempo que neutraliza os ácidos da boca.
Doces são um ataque delicioso aos dentes (Getty/iStock)
Sua boca também abriga outras bactérias que competem com as bactérias causadoras de cáries por recursos e espaço, combatendo-as e restaurando a acidez da boca a níveis que não são prejudiciais aos dentes.
No entanto, o consumo frequente de doces e bebidas açucaradas pode superalimentar bactérias nocivas de uma forma que nem a saliva nem as bactérias benéficas conseguem superar.
Um ataque ao esmalte
As bactérias causadoras de cáries também usam açúcares dietéticos para formar uma camada pegajosa chamada biofilme, que atua como uma fortaleza ligada aos dentes. Os biofilmes são muito difíceis de remover sem força mecânica, como na escovação rotineira dos dentes ou na limpeza no consultório do dentista.
Além disso, os biofilmes impõem uma barreira física que restringe o que atravessa a sua fronteira, de modo que a saliva não consegue mais realizar também o seu trabalho de neutralizar o ácido. Para piorar a situação, embora as bactérias causadoras de cáries sejam capazes de sobreviver nessas condições ácidas, as bactérias boas que as combatem não conseguem.
Sobre os autores
José Lemos é professor de Biologia Oral na Universidade da Flórida.
Jacqueline Abranches é professora associada de biologia oral na Universidade da Flórida.
Este artigo foi republicado de The Conversation sob uma licença Creative Commons. Leia o artigo original.
Nestas fortalezas protegidas, as bactérias causadoras de cáries são capazes de continuar a multiplicar-se, mantendo o nível de acidez da boca elevado e levando a uma maior perda de minerais dentários até que a cárie se torne visível ou dolorosa.
Como proteger seus dentes (doces)
Antes de comer sua próxima guloseima açucarada, existem algumas medidas que você pode tomar para ajudar a manter as bactérias formadoras de cáries afastadas e seus dentes seguros.
Primeiro, tente reduzir a quantidade de açúcar que você ingere e consuma alimentos ou bebidas açucaradas durante as refeições. Dessa forma, o aumento da produção de saliva que ocorre durante a alimentação pode ajudar a eliminar os açúcares e neutralizar os ácidos da boca.
Além disso, evite beliscar doces e bebidas açucaradas ao longo do dia, principalmente aquelas que contenham açúcar de mesa ou xarope de milho rico em frutose. Expor continuamente a boca ao açúcar manterá o nível de acidez mais elevado por longos períodos de tempo.
Por fim, lembre-se de escovar regularmente, principalmente após as refeições, para remover o máximo possível de placa dentária. O uso diário do fio dental também ajuda a remover a placa bacteriana de áreas que a escova de dentes não consegue alcançar.
