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Subornos na ANDIS: funcionário do Gabinete Anticorrupção é advogado de Miguel Calvete

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O caso de suborno na ANDIS (Agência Nacional para Deficientes) afecta cada vez mais funcionários do governo, dos quais onze foram deslocados. Nos últimos dias, um dos principais alvos é o coordenador de uma área do Gabinete Anticorrupção (OA).

Trata-se do advogado Ernesto Camilo Manuel Cordero Fabbri, responsável pela Admissão e Encaminhamento de Reclamações na OA. O advogado atuaria dos dois lados do balcão, segundo informações decorrentes das batidas na casa San Telmo, na rua Defensa 1364, do empresário Miguel Ángel Calvete.

O empresário acusado de dirigir contratações com drogarias e pagamentos de propina de fora do Estado, conhecido pelos áudios do ex-chefe da ANDIS, Diego Spagnuolo, tinha ligação direta com o dirigente da OA. Tanto é que, na casa de Calvete, a polícia encontrou um papel com instruções indicando que, em caso de batida, entrar em contato com o “Dr. Camilo Cordero Fabbri”.

Autoritários não gostam disso

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Endereço de Calvete em San Telmo.

A ficha com os passos a seguir diante de qualquer batida na porta indicava como responder: “Quem perguntar sobre Indecom, Finfox, Profarma, Reposane, Bimax, Miguel Calvete ou Guadalupe Muñoz: NÃO ESTÁ AQUI”. Na linha seguinte indicava: “SÓ ATENDEMOS se pedirem por Rosa Salomón (chefe da Casa da Defesa) ou Julio Viera”. Nesse caso acrescentei as fórmulas de resposta: “Não foi encontrado, deixe-me o contato e eles comunicarão, não estou autorizado a receber nada”. Ele também manda tirar uma foto da identificação do consultor.

“Se for busca (AVISO), pergunte antes de abrir mandado de apreensão ou busca, tire foto e consulte”, dizia a instrução que deixava o nome de Cordero Fabbri junto com seu telefone.

Lado B do caso Calvete: dançarinas, apartamentos e exploração sexual

O advogado do Gabinete Anticorrupção, no dia da operação, compareceu em casa. “Quando Calvete foi invadido por suborno em Andis, ele se apresentou como seu advogado. Já contei que ele aparece na lista “Tuco” da quadrilha Calvete e que possui 20 armas de fogo. Nem o chefe da OA Alejandro Melik nem o ministro Cúneo Libarona parecem ter descoberto porque ele ainda é funcionário”, denunciou o deputado Rodolfo Tailhade em suas redes sociais.

Além disso, Cordero Fabbri foi advogado de Calvete no caso pelo qual foi condenado em junho de 2019 pelo Juizado Oral Criminal nº 8 pelo crime de “exploração econômica do exercício da prostituição de outrem”.

Cordero Fabbri continua a liderar a gestão de reclamações da OA. Ingressou na organização como funcionário temporário em 2016. A partir desse momento, conseguiu renovar o contrato até o momento. Em 2020, foi nomeado interinamente para o cargo de Coordenador de Recebimento e Encaminhamento de Reclamações, cargo que ocupa atualmente.

LM/DCQ



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