Dormir na escuridão total, praticar ioga, controlar a pressão arterial ou até gostar de “perder alguma coisa” são algumas das práticas que cientistas e especialistas destacam como fundamentais para proteger o cérebro.
Cuidar da saúde cerebral e fortalecer a resiliência emocional não requer mudanças drásticas ou fórmulas inatingíveis. Pequenos gestos do dia a dia, respaldados pela ciência, podem significar um antes e um depois no bem-estar mental. Desde algo tão simples como dormir na escuridão total até redescobrir o valor da jardinagem ou do ato de ajudar os outros, estas práticas oferecem uma proteção real contra o declínio cognitivo e ajudam a manter a mente ágil, equilibrada e preparada para os desafios de cada dia.
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O Washington Post reuniu sete estratégias simples que especialistas internacionais recomendam para quem procura fortalecer o seu bem-estar emocional e proteger o seu cérebro a longo prazo. Saiba quais são os sete hábitos e por que incorporá-los pode mudar sua vida:
1. Durma na escuridão total
A exposição à luz durante a noite, mesmo em níveis baixos, pode afetar a saúde do cérebro. Uma pesquisa citada pelo The Washington Post revela que a luz noturna aumenta a frequência cardíaca, reduz as fases do sono profundo e aumenta a resistência à insulina.
Em adultos mais velhos, tem sido associada a taxas mais elevadas de obesidade, diabetes e hipertensão, além de prejudicar a memória e o estado de alerta. O uso de máscara de dormir apresenta-se como uma solução simples e eficaz para melhorar a qualidade do sono e, portanto, a saúde cerebral.
2. Pratique ioga
O Yoga, tradicionalmente conhecido por promover flexibilidade e saúde física, também traz benefícios cognitivos. Um estudo recente sugere que esta disciplina favorece os idosos em risco de declínio cognitivo e doença de Alzheimer.
Sat Bir Singh Khalsa, professor associado de medicina na Harvard Medical School, explicou ao The Washington Post que o yoga combina respiração, relaxamento, meditação e posturas, permitindo que a prática seja adaptada de acordo com as necessidades de cada pessoa. Khalsa afirmou: “Trata-se de otimizar o funcionamento e o desempenho como ser humano em todos os níveis”.
3. Vacinação e prevenção da demência
Manter-se atualizado sobre as vacinas não protege apenas contra doenças infecciosas; Também pode reduzir o risco de demência. Um estudo publicado na Nature Aging, citado pelo The Washington Post, reforça a relação entre infeções graves – como gripe, herpes e doenças respiratórias – e uma aceleração da atrofia cerebral, bem como um maior risco de demência anos depois.
Rudy Tanzi, professor de neurologia em Harvard e diretor do McCance Center for Brain Health do Massachusetts General Hospital, destacou que estas descobertas representam “um salto além dos estudos anteriores que já tinham associado a infeção à suscetibilidade à doença de Alzheimer”. Uma pesquisa recente mostrou que as vacinas contra a gripe e o herpes zoster podem reduzir o risco de demência, enquanto infecções graves estão associadas a derrames e ataques cardíacos subsequentes.
4. Pressão arterial sob controle
A hipertensão é listada como um dos fatores de risco mais comuns e evitáveis para o desenvolvimento de demência. De acordo com dados coletados pelo The Washington Post, quase metade dos adultos nos Estados Unidos tem pressão alta, o que dificulta o fornecimento de oxigênio e nutrientes ao cérebro e a eliminação de resíduos metabólicos.
Silvia Fossati, professora associada de neurociências e diretora interina do Centro de Alzheimer da Universidade Temple, explicou que a hipertensão causa redução do fluxo sanguíneo cerebral, afeta a vasculatura e contribui cumulativamente para a patologia de Alzheimer.
5. JOMO: aproveite para perder
O medo de perder, conhecido como FOMO, é comum na era digital. No entanto, a tendência JOMO – a alegria de perder – está a emergir como uma alternativa para o bem-estar emocional. Tali Gazit, professora associada de ciências da informação na Universidade Bar-Ilan, em Israel, disse ao The Washington Post: “JOMO nos lembra que não apenas não podemos temer que estejamos perdendo algo importante, mas também podemos realmente gostar de perder algo”.
Embora a investigação sobre JOMO se concentre na utilização das redes sociais, esta atitude pode ser aplicada a outras áreas, ajudando a reduzir a preocupação com as ações dos outros e promovendo o bem-estar emocional.
6. Jardinagem
A jardinagem, tanto no interior como no exterior, está consistentemente associada a melhorias na saúde mental e no bem-estar geral.
Estudos citados pelo The Washington Post revelam que esta atividade conecta as pessoas com a natureza e incentiva a interação social. Jonathan Kingsley, professor sênior de promoção da saúde na Universidade de Tecnologia de Swinburne, na Austrália, resumiu o valor da jardinagem dizendo: “Sinto que se trata apenas de juntar as peças do que nos torna humanos”.
7. Altruísmo
Gastar tempo, dinheiro ou energia com outras pessoas gera benefícios tanto para quem recebe quanto para quem dá. A pesquisa mostra que atos de altruísmo, como voluntariado ou doação, contribuem para o bem-estar pessoal, mesmo sem compensação.
Embora o voluntariado e as doações tenham diminuído nos Estados Unidos nos últimos anos, as evidências indicam que ajudar os outros pode desencadear um ciclo positivo, no qual o bem-estar gerado pelo altruísmo impulsiona novas ações de solidariedade e reforça a saúde emocional.







