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“Resta um milhão de pessoas no Estado”

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Carlos Melconian participou do programa Um Retorno e Meio à Realidade, de Ernesto Tenembaum e María O’Donnell, e alertou o presidente Javier Milei que “resta um milhão de pessoas no Estado”. Questionou a política cambial, alertou sobre os riscos fiscais e afirmou que o Governo enfrenta “um macro frágil” que exige decisões rápidas.

Críticas melconianas aos gastos públicos

Melconian analisou o estado da economia e destacou que o Governo ainda estava preso a problemas estruturais que não foram resolvidos. Nesse contexto, lançou a frase que mais impacto gerou: “Resta um milhão de pessoas no Estado”. Explicou que a estrutura pública envolvia sobreposições, organizações sem função clara e níveis de emprego que, segundo ele, nenhum país comparável poderia sustentar.

O ex-presidente do Banco Nación esclareceu que esse corte deveria ser executado com planejamento, pois um ajuste repentino poderia gerar conflito social. Mesmo assim, sustentou que o debate sobre os gastos públicos deveria ser enfrentado “sem tabus”, pois caso contrário o superávit fiscal perderia consistência e a economia voltaria a entrar em tensão.

Um regime cambial sob pressão

Durante a entrevista com Tenembaum e O’Donnell, Carlos Melconian também questionou a política cambial. Disse que o Governo “cometeu um erro” ao abrir a procura de dólares a particulares sem garantir uma oferta sólida. Essa decisão, segundo sua análise, pressionou as reservas e obrigou o Banco Central a intervir em momentos de fraqueza externa.

O economista afirmou que o regime cambial precisava de previsibilidade. Ele lembrou que a desinflação estava a progredir, mas continuava vulnerável a qualquer ruído no mercado cambial. “Sem uma âncora cambial estável, nenhum processo desinflacionário se consolida”, afirmou.

Alertas para 2026 e a frente política

Carlos Melconian também falou sobre o clima político e garantiu que as tensões no Congresso afetaram a confiança. Considerou que o Governo de Javier Milei deveria construir acordos básicos para sustentar qualquer programa económico. “A economia não decola se cada avanço gera um novo combate”, refletiu.

Além disso, alertou que 2026 seria um ano complexo se as reservas não fossem reforçadas e se fosse definido um rumo claro. Ele ressaltou que o superávit fiscal deveria ser utilizado para pagar juros em dólares e reduzir a exposição financeira. “A margem existe, mas não é excesso”, concluiu.



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