O economista foi entrevistado esta terça-feira e falou também sobre a flutuação do dólar, o papel das PME nos investimentos e a subida dos preços.
O economista Orlando Ferreres analisou esta terça-feira, no Liberdade de Opinião, o presente da economia nacional e as projeções para 2026. Com um diagnóstico tosco, alertou que “31% das pessoas estão na pobreza, mesmo que trabalhem”, fenómeno que atribui diretamente à falta de investimento.
“A situação é boa, mas falta investimento para que as pessoas possam ter melhores salários. A Argentina só vai se organizar com investimentos generalizados e com forte apoio às PME, que são as que mais investem no país”, disse.
Neste sentido, alertou que o investimento hoje é de apenas 14% do PIB, “um número muito baixo para absorver mão-de-obra”, e notou ainda que “há empresas que estão a fechar no país”.
Orlando Ferreres (economista) em Liberdade de Opinião
Ferreres também se referiu à frente externa e às dúvidas que persistem entre os investidores. “Eles perguntam coisas lógicas: política trabalhista, reforma tributária, retenções sobre o campo e a mineração. Eles buscam certezas e o país ainda não as oferece, mesmo havendo novas leis que são boas”, explicou.
Ao analisar o câmbio, considerou que o dólar “está atrasado” e estimou um saldo teórico em torno de US$ 1.724, mais a inflação que ele gera. Alertou ainda que na quarta semana de Novembro se registou um salto inflacionário e que os objectivos oficiais continuam por alcançar.
Para 2026, projeta inflação de 15%, desde que mantida a atual dinâmica do câmbio flutuante. Apesar da cautela, ele se mostrou moderadamente otimista: “As reservas não estão crescendo o suficiente, mas com o tempo ficaremos bem. Temos que olhar atentamente para o caso do Brasil”.







