Martín Rappallini garantiu que o centro industrial está em alerta devido à perda de competitividade e pediu que as reformas estruturais sejam realizadas rapidamente.
O chefe da UIA, Martín Rappallini, reiterou a necessidade de melhorar a competitividade e afirmou que os problemas que surgem, como a carga tributária e a falta de infraestrutura, tornam a produção no país entre 25% e 30% mais cara do que no Brasil.
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“O que entendemos por política industrial é tudo o que o Governo tem de fazer para melhorar a competitividade. Nesta linha, entendemos também que a redução de impostos que está prevista para o próximo ano, a modernização do trabalho, a melhoria das infra-estruturas e tudo o que o Governo faz para melhorar a competitividade fazem parte dessa política industrial.
Relativamente à actividade, referiu que é uma grande preocupação. Nos três meses anteriores às eleições, com o aumento das taxas, houve uma grande desaceleração em todos os setores industriais.
“Alguns estavam a recuperar, outros com um crescimento ligeiro e outros muito baixos, e todos foram afectados pela subida das taxas. Só agora, depois das eleições, é que assistimos a uma ligeira recuperação em algumas actividades. As taxas estão a cair: estávamos em torno dos 60%, agora estão em torno dos 30%, e precisamos que continuem a cair”, explicou.
De qualquer forma, afirmaram que veem com preocupação o encerramento de várias fábricas. Por exemplo, nos últimos dias soube-se que a Whirlpool fechou a sua fábrica de Pilar, inaugurada em 2022, e despediu os seus 220 trabalhadores. Da mesma forma, as empresas têxteis Luxo e Vulcalar fecharam as suas fábricas em La Rioja e perderam-se 120 postos de trabalho.
Rappallini insistiu: “Estamos trabalhando no Conselho de Maio, eu pessoalmente, e estamos avançando com o Governo para que isso saia o mais rápido possível. Pedimos urgentemente tanto a reforma tributária quanto a modernização trabalhista.
“Nesta transição, temos vindo a afirmar que, embora compreendamos e partilhemos a orientação de avançar para uma ordem macroeconómica e baixar a inflação, vemos que as empresas transacionáveis, especialmente as industriais, carregam muito peso, mochilas e distorções que dificultam a concorrência num mundo muito agressivo em termos comerciais. Por isso alertamos que tem de haver uma transição que tenha em conta essas distorções que vemos no mercado”, acrescentou.
No que diz respeito a todas as plataformas, como Temu e Shein, “temos falado de concorrência desleal: são produtos que entram sem impostos, e há também a concorrência desleal de que temos alertado por parte da China”.
Por outro lado, o responsável da UIA referiu-se à abertura às importações: “O que vemos nos países vizinhos como o Brasil e o México é que têm uma estrutura industrial muito forte, que estão integrados no mundo, com importações e exportações.
“Não há nenhum país no mundo que se tenha desenvolvido a nível industrial fechando a economia. Não existe. A integração é o grande caminho. Mas é preciso adoptar políticas muito fortes face às distorções que foram construídas”, observou.
Ele afirmou que na Argentina existem problemas tributários, trabalhistas e de infraestrutura que geram um custo pelo menos 25-30% mais caro que o do Brasil. Defendeu que esta situação que atravessa a indústria, que quer competir e fazer parte deste novo regime económico, estabilidade e crescimento, mas com igualdade de condições, deve ser tida em conta.
“Temos de trabalhar a competitividade, que é o aspecto que o Governo está a abordar no início deste ano com as reformas e que vai permitir dinamizar a actividade: baixar impostos e mudar o regime laboral.







