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“Foi uma volta em branco”

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A deputada eleita Karen Reichardt foi alvo de escrutínio público depois de admitir que o seu ex-marido, o empresário aeronáutico Gustavo Balabanian, recebeu uma transferência bancária de 230 mil dólares do alegado traficante de drogas Fred Machado. Reichardt negou veementemente a informação, mas acabou reconhecendo a operação com uma definição que se tornou o eixo político do caso: “Foi uma virada em branco”.

A polêmica começou quando a ligação veio à tona por meio de publicações nas redes e documentos judiciais do caso Andis. Diante dessa revelação, Reichardt respondeu com aborrecimento, garantindo que tudo era uma invenção destinada a prejudicá-la. Porém, vinte e quatro horas depois, ele assumiu uma postura diferente ao confirmar o pagamento.

?KAREN REICHARDT TAMBÉM FOI FINANCIADA POR FRED MACHADO??

Surgiu uma transferência de US$ 230 mil,00 de Fred Machado para o ex-companheiro de Karen Reichardt.

TODOS os libertários são CRIMINOSOS pic.twitter.com/l08H4v82Um

— Resistência Nacional (@ResistenciaNac_) 19 de novembro de 2025

Da negação ao reconhecimento público

Na segunda-feira, o legislador libertário reagiu duramente à primeira menção ao assunto. “Que bobagem, por favor!” ele escreveu em

Karen, na segunda-feira eu disse que seu ex-marido recebeu dinheiro de Fred Machado e você veio até mim me acusando de fazer política suja. Antes, no dia 31 de outubro, perguntei se você sabia alguma coisa sobre esse relacionamento e você não assumiu o comando. E hoje você reconhece que seu ex Gustavo Balabanian… https://t.co/0IW0xZvYze pic.twitter.com/DkGTMwl9mL

— Rodolfo Tailhade ?????? (@rodotailhade) 19 de novembro de 2025

Mas no dia seguinte, em entrevista ao Perfil, Reichardt admitiu que a transferência existia e sustentou que a operação não tinha irregularidades. “Foi uma jogada em branco e ele está comendo essa merda por mim”, disse ela, dando a entender que a aparição do pagamento no processo judicial responde a uma tentativa de prejudicá-la politicamente.

A formação aeronáutica e o papel de Machado

O deputado explicou que Balabanian se dedicou durante anos à compra, venda e reparação de aeronaves. Segundo a sua versão, o dinheiro enviado por Machado corresponde a uma transação comercial realizada em 2015, quando ambos participavam ativamente no setor aeronáutico: Balabanian como empresário e Machado como piloto e vendedor de aeronaves.

Este vínculo prévio, afirma Reichardt, é suficiente para justificar a transferência, que teria sido declarada e realizada através dos canais formais.

O caderno de Calvete e o progresso judicial

O reconhecimento do deputado coincide com o andamento da investigação do caderno de Calvete. Há nomes, contatos e supostas movimentações de dinheiro que a Justiça analisa para determinar se havia uma estrutura de arrecadação paralela dentro da Andis.

A presença de Balabanian nessas notas levantou dúvidas sobre se a mudança poderia estar relacionada aos eventos investigados. Reichardt insiste que esta interpretação é maliciosa e nega qualquer ligação com esquemas de corrupção. Apesar disso, os investigadores avaliam transações bancárias, registros contábeis e mensagens para estabelecer se a transferência está ou não vinculada à trama central do arquivo.

Um caso que mais uma vez expõe figuras políticas

A aparição do nome de Machado não é menor. O suposto traficante de drogas já havia complicado o economista José Luis Espert, que teve que retirar uma candidatura por esse motivo. E mais recentemente fez com que o Senado rejeitasse o documento de Lorena Villaverde. O caso de Balabanian acrescenta um novo capítulo a uma figura que aparece repetidamente em tramas políticas e judiciais sensíveis.

Enquanto a Justiça continua a sua avaliação, o partido no poder procura manter o foco na necessidade de purificar e tornar transparentes as organizações onde as irregularidades herdadas do Kirchnerismo se acumularam durante anos. Neste contexto, a explicação de Reichardt tenta distanciar-se de qualquer suspeita e centrar o debate na legalidade de uma operação comercial anterior.





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