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Diego Spagnuolo pediu demissão e denunciou áudios adulterados com “inteligência artificial” no caso ANDIS

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O ex-chefe da Agência Nacional de Deficiência (ANDIS), Diego Spagnuolo, apresentou, por meio de seu advogado Mauricio D’Alessandro, duas petições ao juiz federal Sebastián Casanello solicitando sua demissão no caso por supostas propinas na compra de medicamentos. Poucos meses depois de iniciada, a investigação surgiu a partir de áudios que o vinculam a um suposto esquema de suborno de 3% em drogarias como a Suizo Argentina, mencionando inclusive Karina Milei, embora negue qualquer participação e descreva tudo como uma operação midiática e judicial.

De acordo com os documentos apresentados ao juiz federal, a defesa sustenta que o áudio inicial “foi adulterado” e que a acusação se baseia em “provas manipuladas e não devidamente incorporadas ao processo”, o que, argumentam, poderia implicar na nulidade de tudo o que ocorreu. Ao detalhar a estrutura da suposta organização criminosa, a investigação também listou as funções atribuídas a Daniel María Garbellini, Pablo Atchabahian, Miguel Ángel Calvete, Eduardo González, Lorena Di Giorno, Roger Edgar Grant, Luciana Ferrari, Federico Santich, Guadalupe Ariana Muñoz, Patricio Gustavo Rama, Ruth Noemí Lozano, Andrés Arnaudo, Silvana Escudero e Alejandro Fuentes Acosta.

Além disso, a defesa apresentou perícia perante a Câmara II da Câmara Federal, que desde o início de novembro aguarda os pedidos de anulação da Suizo Argentina e da família Kovalivker, à qual aderiu o ex-funcionário.

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A investigação surgiu a partir de áudios que ligam Spagnuolo a esquema de propina em drogarias como a Suizo

O promotor garantiu que sob a liderança de Spagnuolo funcionava uma “organização criminosa” dedicada a “direcionar a compra de medicamentos e insumos de alto custo”, com margens de lucro que oscilariam entre 10 e 20%. Segundo a acusação, este esquema teria envolvido o pagamento de propinas a funcionários públicos e gerado “danos à administração pública, afetando especialmente as pessoas com deficiência aderidas ao Programa Incluir Saúde, que recebem pensões não contributivas e carecem de outras coberturas de saúde”.

No entanto, a defesa sustentou que a acusação se baseia em medidas decorrentes de sentença considerada inválida e que é evidente a ligação entre aquela irregularidade e os acontecimentos subsequentes. A perícia apresentada confirma “manipulação, cortes nos áudios e presença de voz sintética gerada por inteligência artificial”.

Do relatório, “no fragmento correspondente à fala telefônica, a ferramenta estima com 65% de probabilidade que o áudio contenha vestígios de voz sintetizada”, feito com tecnologia de ponta.

O que diz o laudo pericial sobre os áudios Spagnuolo

A defesa voltou à perícia incorporada e destacou que os áudios que motivaram a investigação “foram editados, manipulados e modificados com recurso a inteligência artificial, bem como, com elevado grau de certeza, produto de escutas telefónicas ilegais”. Liderado pela empresa Graudio Forensics, com sede em Madri, na Espanha, o laudo pericial analisou a autenticidade e integridade do arquivo extraído da transmissão no YouTube do canal de streaming Carnaval, que havia revelado as escutas telefônicas, embora não incluísse os fragmentos entregues à Justiça em pendrive pelos jornalistas.

Além disso, concluiu-se que o áudio carece de continuidade temporal e apresenta múltiplos cortes, edições e outros eventos eletroacústicos, compatíveis com manipulação após a gravação original. Segundo o laudo pericial, “foram identificados 18 microcortes de áudio por meio do espectrograma, compatíveis com edição e manipulação”.

Com efeito, determinou-se que no início “a conversa ocorre num espaço fechado, como uma cafetaria ou restaurante, gravada por um dos presentes”, enquanto posteriormente “o áudio apresenta características acústicas típicas de uma conversa telefónica”, o que sugere a combinação de diferentes tipos de gravação.

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A perícia também utilizou a ferramenta forense STC SIS II (IKAR Lab3), baseada em uma rede neural profunda, que deu uma estimativa de 65% de probabilidade de que parte da voz tenha sido gerada com inteligência artificial. Contudo, o relatório não identifica com precisão quais frases ou palavras teriam sido adulteradas.

MT CP



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