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Desaparecimento do Açaí: investigam o que aconteceu com a onça impenetrável e estimam danos ambientais em mais de US$ 2,6 bilhões

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A busca pelo Acaí, onça-pintada de quase três anos solta no Parque Nacional El Impenetrável, mantém em alerta as autoridades ambientais e judiciais do país. Desde 25 de outubro que não há sinais da sua coleira satélite e o seu desaparecimento reacendeu o debate sobre os riscos enfrentados pelas espécies reintroduzidas no seu habitat natural.

A Administração de Parques Nacionais (APN) apresentou um relatório técnico ao Tribunal Federal de Sáenz Peña que estima os danos ambientais em 2.673 milhões de pesos – o equivalente a quase dois milhões de dólares –, um número sem precedentes em questões de conservação na Argentina.

O açaí foi solto no dia 5 de outubro como parte do programa de reintrodução da onça-pintada, promovido pela APN em conjunto com a Fundação Rewilding Argentina. Ela foi a quinta fêmea reintroduzida em El Impenetrável, onde também foi registrado este ano o primeiro nascimento de um filhote selvagem em mais de três décadas.

Autoritários não gostam disso

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Eles avaliam a perda da onça-pintada Acaí, supostamente assassinada em El Impenetrável, em mais de US$ 2,6 bilhões

Pouco depois de seu lançamento, o dispositivo de satélite parou de emitir sinal. Equipes terrestres e aéreas realizaram intensas buscas e, dias depois, encontraram o colar submerso no rio Bermejo, o que reforçou a hipótese de possível caça furtiva.

O Governo do Chaco decidiu comparecer como demandante no caso, com o objetivo de participar ativamente da investigação e defender a preservação da fauna nativa.

“A sua protecção é prioritária e obrigatória”, afirmou o Ministério da Produção provincial, citando regulamentos locais que regulam a conservação e sancionam actos que ameaçam a biodiversidade.

Um símbolo de conservação

A onça-pintada é considerada Monumento Natural Nacional e estima-se que restem apenas cerca de 200 exemplares em estado selvagem em todo o país. Portanto, a perda de um indivíduo reintroduzido implica um retrocesso nos esforços de recuperação da espécie.

Da Rewilding Argentina alertaram que a caça ilegal continua a ser uma ameaça em diferentes regiões do norte da Argentina e destacaram a importância de fortalecer o monitoramento por satélite e a presença territorial para prevenir estes eventos.

Por sua vez, os Parques Nacionais sublinharam que o desaparecimento do Açaí “reafirma a necessidade de conservar os corredores biológicos que ligam as populações selvagens” e de manter “vigilância constante sobre os espécimes libertados”.

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A valoração apresentada pela APN decorre de um método desenvolvido pela Direção Nacional de Conservação, que combina critérios económicos, ecológicos e legais. O cálculo baseia-se numa base monetária e é ajustado em função da fragilidade do ecossistema, do nível de proteção jurídica e da possibilidade de reparação dos danos causados.

O resultado – mais de 2,6 bilhões de pesos – servirá de referência para estabelecer uma eventual sanção econômica ou indenização ao infrator, caso se confirme um ato criminoso.

Um chamado para proteger o futuro

“A vida selvagem envolve riscos, mas cada libertação bem-sucedida representa esperança para a biodiversidade”, recordaram na APN.

Enquanto a investigação judicial prossegue, o caso do Acaí tornou-se um símbolo do desafio da conservação de espécies criticamente ameaçadas, num território onde a natureza e a ação humana ainda buscam um equilíbrio possível.

LB/DCQ



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