A Argentina acordou hoje com notícias decisivas no caso Empréstimo Danilo Peña, o menino Corrientes de cinco anos desaparecido desde junho de 2024. O Tribunal Oral Federal de Corrientes decidiu consolidar os autos FCT 2157/2024/TO1 e 2157/2024/TO2, desfazendo de uma vez por todas o emaranhado de apresentações defensivas que, durante meses, buscaram interromper, atrasar ou impedir diretamente o avanço do julgamento.
A tradução para o cidadão comum é simples: o jogo acabou.
A Justiça Federal realizará o julgamento do sequestro de menor de 10 anos (art. 146 CP). Ver.
Autoritários não gostam disso
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O fim da estratégia de bloqueio
Durante mais de um ano, diferentes defesas tentaram de tudo: anulações sem fundamento, pedidos de incompetência para levar o caso à justiça provincial, ataques processuais em cadeia, tentativas de prorrogação de prazos, impugnações simultâneas, propostas repetidas com outros nomes. Nada prosperou.
A resolução hoje emitida pelo Tribunal Oral Federal marca uma ruptura: reconhece a ligação, unifica os autos e marca audiência preliminar para 27 de fevereiro de 2026, às 9h30. Ou seja, começa a etapa final. Não há mais espaço para manobras de distração.
Caso Empréstimo Peña: 17 pessoas serão julgadas por roubo e obstrução de investigação
O que isso significa para os pais do empréstimo?
Para María e José, pais que aguardam o filho há 17 meses, esta decisão é uma mensagem da Justiça que dispensa tradução: o julgamento vai acontecer e será a Justiça Federal quem julgará os acusados de sequestrar seu filho.
É também uma resposta institucional a toda uma sociedade que já estava cansada de ver como cada avanço se deparava com um muro de escritos destinados a abrandar o processo.
Hoje esse muro caiu.
A responsabilidade que dói
Os réus – incluindo a tia do menino, Laudelina Peña – devem comparecer perante um tribunal federal. Não perante um tribunal provincial com um procedimento mais restrito, mas perante magistrados federais que, desde o primeiro dia, assumiram que este caso poderia envolver algo mais do que uma simples perda.
A decisão de hoje confirma o que muitos já pressentiram: o desaparecimento de uma criança não é discutido nos corredores. É julgado com provas, responsabilidades e consequências criminais.
Uma mensagem para a sociedade
A resolução também é um limite saudável. Uma mensagem clara para todas as defesas do país: o direito de se defender não é o direito de paralisar.
Não é um direito impedir que a verdade venha à tona. Não é um direito transformar a Justiça num labirinto para que os julgamentos nunca cheguem.
O que está por vir
Decidida a acumulação, o caso se organiza, avança e se encaminha para o palco central: a discussão pública, oral e contraditória de todas as provas.
Será a primeira vez que os argentinos ouvirão sob juramento tudo o que foi calado, especulado, negado e distorcido desde 13 de junho em El Algarrobal.
O empréstimo ainda está faltando
Esse é o núcleo que ninguém deve esquecer.
Não há justiça completa se a criança não comparecer.
Mas há justiça quando o Estado, como hoje, mostra que está disposto a processar os responsáveis pelo roubo e dificultar a sua busca.
Para os pais, para Corrientes e para todo o país, a resolução do Tribunal Oral Federal é um lembrete de que a verdade tem um caminho e que esse caminho – às vezes lento, às vezes frustrante – continua avançando.
Hoje, finalmente, um passo importante foi dado.







