A ex-presidente Cristina Kirchner, que cumpre prisão domiciliar após ser condenada pela Causa Rodoviária, mais uma vez enviou uma nova mensagem pública à militância. Foi durante o comício de final de ano do Instituto Patria, ao se referir à sua situação judicial e ao atual cenário nacional sob o governo de Javier Milei. Neste contexto, afirmou que a sua proibição constitui uma punição coletiva para milhões de argentinos.
As palavras de Cristina Kirchner
“A proibição não é para mim, é para milhões de argentinos”, disse Cristina Kirchner numa mensagem gravada aos militantes do Kirchnerismo. Nesta linha, a ex-presidente considerou que a verdadeira sanção não é a sua situação pessoal, mas a proibição perpétua de acesso a cargos públicos para – nas suas palavras – “aqueles de nós que lideramos um processo de construção democrática, social, económica e política”.
Da mesma forma, Cristina Kirchner enumerou os avanços dos esforços kirchneristas em termos de crescimento económico, alívio da dívida, políticas sociais, educação e infra-estruturas, mencionando desde o envio de satélites ao espaço até à entrega de computadores e à criação de universidades públicas para expandir o acesso ao ensino superior.
“A noite desta discoteca não seria suficiente para elencarmos cada uma das obras físicas e simbólicas que exibimos de norte a sul da pátria. Embora pensando bem, a proibição, mais do que um castigo para mim, é na verdade um castigo para aqueles milhões e milhões de argentinos que se sentem identificados com uma ideia de país, com uma ideia de pátria”, reforçou.
“Militar sério”
Em tom mais reflexivo, o ex-presidente pediu “seriamente militar” e falou sobre tempos históricos. Foi então que se lembrou de uma frase de Teresa de Calcutá: “Aprende-se com dor e é o povo que sabe até quando”. Insistiu que os processos sociais exigem amadurecimento e paciência, comparando a situação atual com outros momentos críticos vividos pelo país.
Cristina Kirchner também alertou para o “negacionismo” social diante de situações de crise, estabelecendo paralelos com etapas de fechamento de fábricas, queda do consumo e deterioração do poder de compra, fenômenos que – alertou – já se repetiram em outros períodos da história argentina. Por último, apelou à manutenção da esperança na capacidade do país para a reconstrução democrática e sustentou que as mudanças são alcançadas através da acção colectiva.
“Esta noite quero saudar-vos com muita fé e convicção na história, que leva tempo. História cujos tempos muitas vezes não coincidem com o calendário eleitoral. E é por isso que devemos sempre acompanhar e ajudar essa fé e convicção com a firmeza das nossas ações, porque é também através das nossas ações que ajudamos a história a mudar novamente”, concluiu o antigo chefe de Estado.







