A Justiça Federal avança na trama de supostas manobras de lavagem de dinheiro e evasão envolvendo a Federação Argentina de Futebol. A investigação levou a 19 incursões simultâneas e a uma série de medidas cautelares de âmbito financeiro a Sur Finanzas, ligadas a Claudio “Chiqui” Tapia, presidente da AFA, e dirigentes do Banfield Club.
A decisão foi adotada pelo juiz federal Luis Antonio Armella, titular do Tribunal Federal 2 de Lomas de Zamora, a partir de pedido da procuradora federal Cecilia Incardona, que alertou sobre os riscos para o andamento do caso caso não sejam tomadas medidas imediatas.
O Ministério Público acusou Ariel Vallejo, o financiador ligado a Tapia, por um esquema de lavagem de US$ 818 bilhões
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A operação teve origem depois que a Direção Geral de Impostos (DGI) apresentou denúncia formal contra Sur Finanzas por supostas manobras de evasão fiscal e lavagem de dinheiro relacionadas à transferência do ex-jogador Agustín Urzi. Segundo a apresentação do Fisco, a empresa teria participado de operações financeiras irregulares nas quais também estariam envolvidos diversos clubes de futebol do país, entre eles o Banfield, que levantou bandeiras vermelhas dentro do Ministério Público.
Porém, antes da apresentação dessa denúncia, já existia uma investigação anterior na mesma jurisdição federal sobre os mesmos fatos e sobre as mesmas pessoas. Trata-se do processo FLP 29107/2025, anteriormente instaurado na Justiça Federal 2, onde o Banfield Club e parte de sua administração responderam por suposta lavagem de dinheiro e por suas ligações com Sur Finanzas. O Procurador Incardona detectou a existência desta causa prévia e solicitou o encaminhamento para garantir a continuidade do processo.
Ariel Vallejo, financiador da Sur Finanzas, junto com Chiqui Tapia.
Neste quadro, o procurador exigiu uma série de medidas, incluindo rusgas, o congelamento de todas as contas da Sur Finanzas e o levantamento do sigilo bancário, fiscal e bolsista tanto dos proprietários dessa empresa como das associações ligadas ao clube Banfield. No entanto, este pacote de medidas foi vazado para a imprensa, o que, segundo o procurador, colocou em risco o sucesso da investigação e acelerou a necessidade de agir imediatamente.
Embora Incardona tenha reiterado seu pedido de urgência na sexta e no sábado, o juiz da Justiça Federal 1, onde inicialmente foi apresentada a nova denúncia, não ordenou as medidas nem encaminhou o processo à Justiça Federal 2, nem emitiu definição sobre a acumulação solicitada.
Dois supostos testas de Chiqui Tapia são denunciados por lavagem de dinheiro
Perante esta situação, Incardona decidiu solicitar no domingo a intervenção direta da juíza Armella, que esta segunda-feira ordenou as medidas cautelares solicitadas. Entre eles, destacam-se o congelamento total das contas da Sur Finanzas, o levantamento do sigilo bancário e fiscal tanto dos proprietários da empresa como das associações ligadas ao Club Banfield, e a realização de rusgas simultâneas em 19 pontos.
Os procedimentos são realizados na sede da Sur Finanzas, nas diferentes filiais da empresa e nas sedes dos clubes de futebol que teriam mantido operações com a empresa. Os investigadores estão analisando se o Banfileña Reconstruction Trust, entidade ligada ao Club Banfield, operava na plataforma financeira.
Com base na investigação, esta sexta-feira o financista Ariel Vallejo, responsável pela Sur Finanzas, foi formalmente denunciado pela DGI. A opinião do promotor Incardona acusa a financeira de ter movimentado um volume monumental de dinheiro, estimado em 818 bilhões de pesos, por meio de sofisticada engenharia de lavagem.
TV CP







