A Índia tem sido considerada a maior democracia do mundo, mas sob o governo de Narendra Modi esse rótulo poderá necessitar de uma actualização. As ameaças à liberdade de expressão na Índia intensificaram-se dramaticamente.
Seja através de encerramentos e bloqueios da Internet, da transformação em arma do veto do intrometido que permite a grupos e indivíduos – incluindo membros do movimento de extrema-direita Hindutva – garantir a censura de conteúdos com os quais discordam, ou de planos para expandir poderes reguladores para criminalizar o discurso.
Após o ataque mortal de Pahalgam, em Abril, na Caxemira administrada pela Índia, no qual 26 pessoas, a maioria turistas, foram mortas, o governo de Modi bloqueou 16 canais paquistaneses no YouTube e restringiu o acesso às páginas das redes sociais de importantes organizações noticiosas paquistanesas. O governo também bloqueou o respeitado site de notícias indiano, The Wire. Mas Modi não se contentou apenas em atacar a mídia. De acordo com o ministro-chefe de Assam, até 7 de junho, 90 pessoas foram presas como parte de uma repressão a “elementos anti-nacionais e comunitários”, que incluiu detenções com base em conteúdos de redes sociais que foram considerados “pró-Paquistão”. Isso não se limitou a um estado. A cantora Neha Singh Rathore e a influenciadora das redes sociais, Dra. Medusa, foram autuadas por acusações, incluindo sedição, por comentários nas redes sociais feitos em relação à resposta do governo aos ataques.
O governo de Modi há muito que vê o controlo do discurso online como uma garantia do domínio político, tanto para o seu partido como para a sua crença na Índia como nação hindu. Portanto, por essa medida, 2025 foi um grande sucesso. Sim, as detenções relacionadas com os ataques de Pahalgam abrandaram, mas as bases para todo o discurso permanecem frágeis.
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A data de encerramento é segunda-feira, 5 de janeiro de 2026.
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