Comentando sobre a tarifa, o ministro das Finanças afirma que os próximos meses serão “decisivos” e dependerão de como o governo lidera com a “intervenção” dos EUA
O ministro das Finanças, Fernando Haddad, criticou os Estados Unidos por causa da tarifa dos produtos brasileiros. O chefe da equipe econômica do governo de Luiz Inacio Lula da Silva (PT) classificou a medida como uma intrusão da Casa Branca no Brasil.
“Há um desejo do governo dos EUA de se intrometer nos assuntos internos, como estão fazendo, visando um certo resultado. Depende muito de como a sociedade brasileira reagirá a ela”, disse ele em entrevista na quinta -feira (4.2025), em Redetv!
Haddad foi interrogado pelo jornalista José Luiz Datena sobre a possibilidade de reverter tarifas sobre os bens brasileiros. Foi o que você disse: “Os próximos meses serão um pouco decisivos e dependerão muito do que faremos com o nosso destino. Não se trata apenas deles. Depende de como o Brasil se colocará, como enfrentará essa intervenção que está acontecendo na política interna por meio de mecanismos inaceitáveis de um país para outro”.
Uma das razões para a aplicação da tarifa do presidente Donald Trump (Partido Republicano) no Brasil foi o julgamento contra Jair Bolsonaro (PL) na Suprema Corte (STF) para tentativa de golpe. O chefe do executivo dos EUA já pediu à ação que parasse “imediatamente”.
O republicano citou o caso de Bolsonaro em uma carta de 9 de julho para justificar 50%de sobretaxa. Sem citar diretamente o ex -presidente brasileiro e Trump, Haddad disse que havia “um projeto hegemônico de impedir que o Brasil tivesse parcerias com o mundo inteiro, transferindo tecnologia e um lugar para o sol”.
O ministro das Finanças também associou a tarifa ao interesse dos EUA nas eleições de 2026 no Brasil. “Não é uma coisa razoável para você forçar o resultado das eleições de 2026, porque você acha que um governo de extrema direita será mais fácil, privatizar as riquezas nacionais, permitir a exploração de nossas riquezas com um pagamento simbólico por eles. Acho que é isso que está no fim e lidado”, disse ele.
Economia brasileira
Haddad disse que a economia brasileira cresce acima da média mundial e que o desemprego é no mínimo histórico. Segundo o detentor da fazenda, há demanda por mão -de -obra e não há razão para os empreendedores reclamarem.
“Você vê o equilíbrio das empresas, elas estão ganhando dinheiro, elas estão empregando … o empreendedor produtivo não se queixa efetivamente do governo”, disse ele.
O ministro também falou sobre a inflação brasileira, que segue um nível superior ao teto de 4,5% ao ano. Em julho, a taxa anualizada diminuiu de 5,35% para 5,23%. “Havia um preço repique de comida que já reverteu”, disse ele.
Na quarta -feira (10.set), o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgará dados do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) de agosto.
SEGURANÇA
Haddad comentou sobre a Operação Operação Hidden, da PF (Polícia Federal). Segundo ele, o ministro Ricardo Lewandowski (justiça e segurança pública) e Lula “tiveram grande intuição” integrando as agências estatais. “Integra e para a vaidade, empurrando”, disse ele.
Com a ajuda do IRS, mandados de prisão e busca e apreensão foram atendidos contra mais de 350 indivíduos e entidades legais ligadas ao PCC (Primeiro Comando da Capital), suspeito de cometer crimes como adulteração de combustível, fraude fiscal, lavagem de dinheiro, estelão e crimes ambientais.
O chefe da fazenda definiu a operação como “histórica” e mencionou o PEC (proposta de emenda à Constituição) da segurança pública, defendendo a necessidade de participação de vários órgãos em ações conjuntas para enfrentar o crime organizado. Segundo Haddad, “havia um caminho promissor na luta contra o crime”.