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As concessões?
Uma cimeira pré-COP seria realizada algures no Pacífico no próximo ano, que a Austrália usaria para extrair financiamento dos participantes para um Fundo de Resiliência do Pacífico.
Bowen atuaria nas conversações na Turquia sob o título de “presidente das negociações”, com autoridade para definir a agenda de negociações, nomear presidentes e líderes e preparar o projeto de texto da decisão.
Os objetivos da Austrália na candidatura, explicou Bowen à mídia em Belém, eram elevar as preocupações do Pacífico e agir no melhor interesse da nação. Esses objetivos seriam atendidos por essas concessões, disse ele.
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Isso não é nada. Qualquer pessoa que tenha observado de perto as negociações climáticas da ONU sabe que os papéis daqueles que as conduzem são poderosos e significativos. O Pacífico será devastado pelo fracasso da Austrália, mas não recusará qualquer financiamento que possa ser extraído num tal fórum.
Bowen insiste que, se não tivesse pestanejado e a reunião tivesse revertido para Bona, o resultado teria sido uma reunião sem leme, na qual a Austrália e o Pacífico não teriam tido qualquer controlo e nenhuma contribuição.
“Algumas pessoas ficarão desiludidas com esse resultado. Outras pessoas, claro, ficariam ainda mais desiludidas se tivesse ido para Bona sem um presidente da COP no poder. Este é um resultado melhor do que esse.”
O que correu mal para a Austrália ainda não está totalmente claro, mas é claro que o esforço australiano nunca se pareceu com as campanhas suaves, unificadas e enérgicas que viram governos anteriores garantirem um assento no Conselho de Segurança da ONU em 2013 ou instalarem o antigo ministro das finanças Mathias Cormann como secretário-geral da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico em 2021.
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Durante meses, os observadores diplomáticos alertaram que Bowen não parecia ter o apoio total e entusiástico de Albanese à candidatura, nem o foco da Ministra dos Negócios Estrangeiros Penny Wong e o peso do Departamento de Negócios Estrangeiros e Comércio.
Percebeu-se que Albanese não compareceu à reunião de líderes brasileiros na semana anterior a esta COP.
Nos dias que antecederam a rendição australiana, Bowen estava envolvido em negociações no Brasil, mas ainda expressava a sua determinação em vencer a candidatura, enquanto na Austrália Albanese falava como um homem que constrói para si uma rampa de saída.
“Deixe-me deixar claro: não vamos a lugar nenhum”, disse Bowen na terça-feira. “É a luta que temos de travar porque é do interesse da Austrália, e acredito no interesse do mundo, ter a Austrália como presidente da COP31. É nisso que estamos a trabalhar. É isso que pretendemos fazer.”
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Poucas horas depois, Albanese disse à imprensa na Austrália: “Se a Austrália não for escolhida, se a Turquia for escolhida, não tentaremos vetar isso”.
Essas duas posições não são necessariamente inconsistentes, mas a diferença de tom foi ouvida em Belém. A Turquia foi intransigente, a Austrália vacilou.
Não está claro quanta diferença teriam feito as intervenções tardias do primeiro-ministro.
O processo exige consenso e não um apoio esmagador, e a Turquia simplesmente não cederia.








