Presidente afirma que a capital paraense hoje é conhecida mundialmente e que foi importante para o Brasil realizar um evento na Amazônia
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta 4ª feira (19.nov.2025) que o público pode se envolver diretamente na COP30 e desfrutar de suas diversas manifestações culturais. Segundo ele, a participação popular foi maior do que nas outras edições, a ponto de considerar esta a primeira conferência sobre o clima verdadeiramente dirigida a pessoas de todo o mundo. O petista viajou para Belém no início da manhã para tentar destravar algumas negociações, principalmente em relação ao financiamento climático. Ele voltou para Brasília à noite.
“Aqui o povo foi mais gente, o povo participou mais. Por isso a COP não é uma COP do André (Corrêa do Lago), que é presidente (da COP30), ou do (António) Guterres, que é secretário-geral da ONU, ou uma COP do Lula que é presidente da República. Esta aqui pode ser chamada de 1ª COP do povo do mundo inteiro, porque aqui tinha gente do mundo todo fazendo suas manifestações”, disse Lula.
O presidente afirmou que eventos mundiais como a COP não podem ser “perpetuamente litúrgicos, em que participam apenas algumas pessoas e, muitas vezes, num local cercado de polícia e arame farpado por toda parte”.
“Os líderes que participam desses eventos tão protegidos sabem que não estão fazendo a coisa certa”, disse Lula.
O presidente destacou que, embora tenha havido dificuldades para a realização da conferência em Belém (PA), o Brasil demonstrou capacidade organizacional.
“Foi muito importante para gente colocar a Amazônia como ela é, como ela é, na cabeça das pessoas do mundo todo. Tenho certeza que hoje as pessoas sabem que não só existe uma cidade chamada Belém, que é onde Jesus Cristo nasceu, mas que existe Belém do Pará, para o povo brasileiro”, declarou.
A COP30 foi marcada por diversas manifestações de organizações da sociedade civil e indígenas de diversas regiões do Brasil e de países vizinhos. No dia 11 de novembro, um grupo chegou a entrar na Zona Azul, área restrita a negociadores, diplomatas e jornalistas, sem autorização. Houve tumulto e um segurança sofreu ferimentos leves. No dia 14 de novembro, cerca de 50 indígenas realizaram um protesto na entrada principal da Zona Azul. O ato não impediu totalmente a entrada dos participantes no local, mas gerou longas filas porque o esquema de segurança foi reforçado.
Esta é a 1ª COP nos últimos 3 anos realizada num país onde não há nenhum tipo de restrição às manifestações da sociedade civil. As últimas edições foram realizadas no Egito, Emirados Árabes Unidos e Azerbaijão.
DEFESA DE JANJA
O presidente mencionou o trabalho da primeira-dama Janja Lula da Silva durante depoimento aos jornalistas em Belém. Ela foi alvo de críticas ao longo do ano por assumir função de coordenadora na organização da COP 30.
“Não sei quantas vezes uma primeira-dama trabalhou tão duro em uma COP como Janja. E ela não estava aqui porque era minha esposa. Ela estava aqui porque tinha um papel, ela tinha uma representação dada pelo
presidência da COP para poder viajar pelo Brasil e pelo mundo falando sobre a participação feminina”, disse a presidente.







