Para o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, as ações foram “as maiores da história contra o crime organizado”
Marcelo Camargo/Agência Brasil Os grupos criminais moveram aproximadamente R $ 140 bilhões
As três operações desencadeadas na quinta -feira (28) contra a lavagem de dinheiro criminal através do setor de combustível resultaram no cumprimento de mais de 400 ordens judiciais, incluindo 14 prisões e centenas de buscas e convulsões em pelo menos oito estados.
As medidas judiciais levaram ao bloqueio e seqüestro de mais de R $ 3,2 bilhões em bens e valores. Os grupos criminais se moveram, aproximadamente R $ 140 bilhões.
Para o ministro da Justiça Ricardo Lewandowski, as operações foram “a maior da história contra o crime organizado”. Eles são o resultado da parceria entre diferentes órgãos, que, segundo ele, reforçam ainda a importância da proposta de emenda à Constituição (PEC) da segurança pública, em processo no Congresso Nacional.
De acordo com as autoridades presentes – entre elas, o ministro das Finanças, Fernando Haddad, e o general da polícia federal, Andrei Rodrigues, bem como Lewandowski – a maneira como os criminosos para lavar o dinheiro do crime eram usar recursos na economia real e no mercado financeiro.
“Hoje, desencadeamos uma das maiores operações de história contra o crime organizado, especialmente em sua atuação no mercado legal. Atacamos, naquele momento, no setor de combustível, a apropriação de organizações criminais em parte do setor de combustível e sua conexão com o setor financeiro em relação à lavagem de dinheiro”, disse Lewandowski.
Três operações
Das três operações acionadas hoje, duas foram da polícia federal (quasar e tanque); e um pelo Serviço de Promotoria Pública de São Paulo (Carbono Hidden). O IRS participou dos três.
Como havia muitos alvos em comum, houve cooperação envolvendo vários órgãos, tanto nos níveis federal quanto estadual. Por serem esferas de ação e habilidades diferentes, a integração das forças era ainda mais necessária.
“O que aconteceu foi a sincronização dessas ações. Existe uma integração entre as três operações que poderiam muito bem acontecer em vários momentos, mas é com perdas. Trabalhamos em harmonia absoluta”, explicou o diretor geral da PF Andrei Rodrigues.
A Operação Hidden Carbon está focada em desmantelar fraude e sonegação de impostos no setor de combustível, articulada por organizações criminais. Quasar e tanque visam desmontar uma organização criminosa especializada em lavagem de dinheiro e gerenciamento fraudulento de instituições financeiras.
As investigações identificaram um esquema sofisticado que usou fundos de investimento para ocultar os ativos de origem ilícita.
Quasar e tanque
Somente dentro da PF, de acordo com o diretor da entidade, 141 veículos foram apreendidos; 1.500 veículos foram sequestrados; Mais de R $ 300 mil em dinheiro apreendido; Mais de US $ 1 bilhão bloquearam. 192 Propriedades e dois navios também foram apreendidos ou sequestrados.
Além disso, 21 fundos de investimento tiveram bloqueio total, bem como ações em comparação com 41 indivíduos e 255 entidades legais. Dos 14 mandados de prisão, seis foram cumpridos até o início da tarde.
Em Paraná, como São Paulo, o inquérito foi instituído de outra operação de PF, focada no tráfico de drogas, criada em março de 2023.
“Aqui, o foco está na fraude da cadeia de combustível. Encontramos fracionamento de depósitos, funcionários, operadores intermediários e financeiros, coleta de dinheiro, bolsos, adulteração e fraude de vendas de combustível.
Carbono escondido
Alguns detalhes da operação da operação Hidden foram apresentados pelo subsecretário da IRS, Andrea Chaves.
“Percebemos, especialmente na operação Hidden Carbon, uma invasão de crime organizado na economia real e no mercado financeiro. Isso é extremamente relevante porque, além da questão competitiva, há uma questão de não separar o que é legítimo e o que é legítimo”, disse Andrea.
Segundo ela, a estrutura criminal envolveu toda a cadeia de combustível, das importações ao consumidor final, através das etapas de produção, distribuição e marketing. “E, na parte financeira, agiu em ocultação e proteção do patrimônio, em um esquema semelhante à ocultação de membros de paraísos fiscais”, acrescentou.
“Para que tenhamos uma noção, existem cerca de mil postos de gasolina em mais de 10 estados, movendo US $ 52 bilhões. Uma fintech (empresa de tecnologia) realmente atuou como um banco paralelo de crime organizado”, acrescentou.
Os postos de gasolina citados pelo subsecretário estão localizados em São Paulo, Bahia, Goiás, Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Maranhão, Piauí, Rio de Janeiro e Tocantins.
O carbono escondido serviu 12 mandados de busca e apreensão nas cidades de São Paulo, Campinas e Ribeirão Preto. O Tribunal Federal autorizou o seqüestro completo dos fundos de investimento usados para esses movimentos ilícitos e autorizou o bloco de até R $ 1,2 bilhão, quantia correspondente às avaliações fiscais já realizadas.
Refinaria de crime
Segundo o ministro Haddad, as operações não eram “acaso de acaso”, mas o resultado de uma decisão política. “Criamos uma equipe em 2023 para decifrar fraudes estruturadas que possuem mecanismos financeiros sofisticados, mesmo usando grandes investidores no mercado financeiro”, disse Haddad.
Nesse sentido, a inteligência do estado foi usada para alcançar os verdadeiros líderes do crime. Segundo Haddad, mais de 1.000 servidores de plano federal e subnacional participaram de operações. “Estamos desmantelando a refinaria do crime”, disse ele.
“Conseguimos decifrar o caminho do dinheiro, que é muito sofisticado, com muitas camadas, envolvendo fundos fechados (de investimento). Para alcançar os ativos do criminoso, você precisa da inteligência dos auditores fiscais, que abriram as contas e entenderam o caminho do dinheiro”, acrescentou.
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“Se não fosse por isso, não poderíamos alcançar mais de mil postos de gasolina, quatro refinarias e mais de mil caminhões que estavam disponíveis para o crime para transportar o combustível geralmente adulterado”, acrescentou o ministro.
*Com informações de AgÊncia Brasil
Postado por Nátaly Tenório