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Justiça britânica condena BHP pelo desastre da barragem de Mariana

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Mineradora informa que pretende recorrer da decisão e que continuará se defendendo na ação; As reivindicações dos atingidos só serão analisadas nas próximas etapas do julgamento, em 2028 ou 2029

Antonio Cruz/Agência Brasil Tragédia de Mariana completou 10 anos no quinto dia; Colapso de barragem deixou 19 mortos

A mineradora BHP confirmou que o Supremo Tribunal inglês considerou que a empresa é responsável pelo desastre de Mariana (MG), ocorrido em 2015, quando uma barragem da Samarco rompeu, causando a morte de 19 pessoas e a contaminação do Vale do Rio Doce. Somente nas próximas etapas do julgamento, em 2028 ou 2029, serão analisadas as reivindicações dos atingidos, disse a mineradora.

A BHP disse que pretende recorrer da decisão e continuará se defendendo na ação. Destacou ainda ter assinado, em conjunto com a Vale e a Samarco, um acordo de 32 mil milhões de dólares com as autoridades brasileiras. Em novembro de 2015, a barragem de Fundão estava sob responsabilidade da Samarco – controlada pelas mineradoras Vale (brasileira) e BHP Billiton (anglo-australiana).

O processo abrange 640 mil pessoas e 31 municípios, segundo o escritório de advocacia inglês Pogust Goodhead (PG), que representa os atingidos, e deverá obter, nos próximos anos, indenizações no valor de cerca de R$ 250 bilhões.

Segundo a BHP, a decisão do Tribunal Superior reconhece quitações feitas por mineradoras no acordo firmado em 2024 no Brasil com autoridades e entes públicos e homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Por conseguinte, o número de beneficiários da acção inglesa deve ser reduzido. A BHP acredita que a ação coletiva no Reino Unido é duplicada em relação às reparações no Brasil.

“Mais de 610 mil pessoas já foram indenizadas no Brasil, incluindo aproximadamente 240 mil demandantes de ações coletivas no Reino Unido que forneceram acordos para reivindicações relacionadas”, disse a BHP. “A decisão do Supremo Tribunal inglês confirma a validade destas dispensas, o que deverá reduzir o tamanho e o valor das ações coletivas no Reino Unido.”

A Samarco é uma joint venture entre a BHP e a brasileira Vale em partes iguais. A BHP foi acionada na Inglaterra porque tinha capital aberto no país no momento da tragédia. A empresa tentou incluir a Vale no processo, sem sucesso. Os dois sócios chegaram então a um acordo estabelecendo que dividirão igualmente os valores caso a BHP seja responsabilizada.

Nas próximas etapas do julgamento, o tribunal inglês avaliará os danos alegados pelos demandantes e os valores das indenizações. Em comunicado, a BHP sublinhou que tem apoiado os esforços de reparação, lembrando que, em outubro de 2024, juntamente com a Vale e a Samarco, assinou um acordo de 32 mil milhões de dólares com as autoridades brasileiras para resolver as reclamações no país.

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“Mais de 610 mil pessoas já foram indenizadas no Brasil, incluindo aproximadamente 240 mil requerentes de ações coletivas no Reino Unido que forneceram acordos para reivindicações relacionadas. A decisão da Suprema Corte inglesa confirma a validade desses acordos, o que deve reduzir o tamanho e o valor das reivindicações de ações coletivas no Reino Unido”, afirmou a BHP em comunicado.

Procurado, o PG não respondeu até o fechamento desta reportagem.

*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Nícolas Robert



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