O cartunista irreverente, Sérgio de Magalhães Gomes Jaguaribe, foi um dos principais nomes do humor gráfico brasileiro, usando o rastreamento nítido como crítico social e político
Carlos Chicarino/Estadão Conteúdo O cartunista Jaguar em 1991, no Rio de Janeiro
O cartunista Sérgio de Magalhães Gomes Jaguaribe, o Jaguar, morreu no domingo (24) no Rio de Janeiro, aos 93 anos. Um dos nomes mais importantes da brasileira e fundadora do jornal O Pasquim, Jaguar, foi hospitalizado por três semanas na Copa d’Ar ou Hospital, com Pneumon. A morte foi confirmada pela viúva, Celia Regina Pieantoni.
Nascido no Rio de Janeiro, em 29 de fevereiro de 1932, Jaguar começou sua carreira na década de 1950, atraindo a revista Manchete. O pseudônimo surgiu com a sugestão de cartunista Borjalo. No começo, ele reconciliou o clima com o trabalho em Banco do Brasil, incentivado pelo cronista Sérgio Porto a não abandonar a estabilidade.
Na década de 1960, ele se consolidou como um dos principais nomes da imprensa brasileira, com passagens através das revistas Senhor, Civilização Brasileira, PIF-PAF e os jornais da última hora e da imprensa Tribune. Em 1968, lançou o livro Attila, você é bárbaro, uma crítica humorística à violência e preconceito, descrita pelo cronista Paulo Mendes Campos como “um livro de poemas gráficos”.
Em 1969, ao lado de Tarso de Castro e Sérgio Cabral, ele fundou Pasquim, um jornal satírico que se tornou um símbolo de resistência à ditadura militar. O Weekly reuniu nomes como Millôr Fernandes, Ziraldo, Henfil, Paulo Francis e Sérgio Augusto. Jaguar batizou o jornal e criou o mascote SIG, um mouse inspirado em Freud. Ele também foi o único membro da equipe original a permanecer até a última edição, em 1991. Durante o regime militar, ele se tornou três meses de prisão, sendo libertado na véspera de Ano Novo de 1970.
Com uma característica simples e corrosiva, Jaguar fez do humor um político e social crônico do país. Ele também colaborou com jornais como Jornal do Brasil e o estado de S. Paulo e criou personagens que marcaram a cultura do Rio. Ao longo de sua carreira, ele recebeu prêmios como o HQ Mix Trophy na categoria “Great Master”.
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Conhecido pelo humor ácido e pela irreverência, ele parou de beber aos 82 anos depois de descobrir um tumor de fígado, mas não perdeu a piada. “Agora, apenas cerveja sem álcool. Quero dizer, tem 0,5% de álcool. De 0,5 a 0,5, podemos atingir um resultado significativo”, brincou em 2014, em entrevista à Globo. Jaguar deixa sua esposa, Celia Regina, e sua filha, Flávia Savary.