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Apple aumenta valores de troca de iPhones na China para impulsionar vendas

A Apple anunciou nesta sexta-feira (17) um aumento nos valores oferecidos para a troca de iPhones usados por modelos novos na China, em mais uma tentativa de aquecer a demanda em um dos seus mercados mais estratégicos.

O iPhone 15 Pro Max agora pode ser trocado por um valor de até 5.700 iuanes (cerca de US$ 791), um leve aumento em relação aos 5.625 iuanes anteriores. Para efeito de comparação, o modelo novo do iPhone 15 Pro Max custa a partir de 7.999 iuanes na China. Já o iPhone 15 Pro passou a ter valor de troca de até 4.750 iuanes, ante os 4.725 oferecidos anteriormente.

Outros modelos da linha também tiveram aumento nos valores de recompra. A estratégia reflete o esforço da empresa para manter a relevância e impulsionar as vendas em um mercado que tem mostrado sinais de enfraquecimento da demanda por seus produtos.

Nos últimos meses, a Apple tem apostado em promoções e descontos, principalmente em períodos comemorativos chineses. Embora os reajustes recentes não sejam expressivos, eles reforçam a intenção da companhia de reverter a queda nas vendas no segundo maior mercado do mundo, onde enfrenta forte concorrência de marcas locais.

Segundo dados da consultoria Canalys, no primeiro trimestre de 2025, os envios de iPhones da Apple para a China caíram 8% em relação ao mesmo período do ano anterior. A participação da empresa no mercado chinês de smartphones recuou de 15% para 13%. Além disso, a Apple também revelou neste mês que as vendas na região da Grande China — que inclui Hong Kong e Taiwan — registraram queda anual.

A crise da Apple na China, no entanto, vai além dos números de vendas. Questões relacionadas à sua cadeia de suprimentos e à produção também têm gerado preocupações. Apesar da suspensão temporária das tarifas por parte do governo dos EUA sobre produtos chineses, ainda há debates sobre possíveis tributações especiais para chips e outros eletrônicos.

Atualmente, cerca de 90% dos iPhones são produzidos na China por meio da parceira Foxconn. No entanto, a empresa tem buscado diversificar sua produção, transferindo parte dela para a Índia. Essa movimentação, entretanto, também não agradou totalmente ao governo norte-americano. O presidente dos EUA, Donald Trump, declarou recentemente que preferiria ver os dispositivos sendo fabricados em solo americano.

Entre os principais concorrentes da Apple no mercado chinês estão a Xiaomi e a Huawei. Esta última vive um renascimento impressionante nos últimos 17 meses, impulsionada por avanços na tecnologia de chips e lançamentos agressivos de novos aparelhos.

A Xiaomi, que liderou o mercado chinês no primeiro trimestre de 2025 em participação, também tem intensificado seus investimentos no segmento premium, desafiando diretamente a Apple. Na quinta-feira (16), a empresa lançou o Xiaomi 15S Pro, um modelo que conta com um chip desenvolvido internamente — feito que poucas companhias no mundo conseguiram alcançar com sucesso.

Além disso, a Xiaomi prometeu investir quase US$ 7 bilhões nos próximos dez anos para desenvolver seus próprios chips, demonstrando de forma clara sua ambição de competir de igual para igual com Apple e Huawei.