Segundo o Boletim Focus, a estimativa para o PIB deste ano ficou em 2,16%; cotação do dólar está em R$ 5,40 para final de 2025
© José Cruz/Agência Brasil Para atingir a meta de inflação, o Banco Central utiliza a taxa básica de juros – a Selic – como principal instrumento.
Após a divulgação da inflação de outubro, a menor para o mês em quase 30 anos, a projeção do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerada a inflação oficial do país – passou de 4,55% para 4,46% neste ano. Com isso, a estimativa atingiu o intervalo da meta de inflação que deveria ser perseguida pelo Banco Central (BC).
Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3%, com faixa de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 1,5% e o limite superior é de 4,5%.
A estimativa está no boletim Focus desta segunda-feira (17), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC), em Brasília, com as expectativas das instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.
Para 2026, a projeção de inflação permaneceu em 4,2%. Para 2027 e 2028, as previsões são de 3,8% e 3,5%, respectivamente.
A redução na conta de luz puxou para baixo a inflação oficial e fez com que o IPCA fechasse outubro em 0,09%, o menor para o mês desde 1998, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em setembro, o índice havia marcado 0,48%. Em outubro de 2024, a variação havia sido de 0,56%.
Com esse resultado, a inflação acumulada em 12 meses é de 4,68%, sendo a primeira vez em oito meses que o patamar fica abaixo de 5%. Porém, ainda acima do teto da meta do CMN.
Juros básicos
Para atingir a meta de inflação, o Banco Central utiliza como principal instrumento a taxa básica de juros – a Selic – fixada em 15% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do BC. A queda da inflação e a desaceleração da economia levaram à manutenção da taxa Selic pela terceira vez consecutiva, na última reunião, no início deste mês.
No entanto, o conselho não descarta a possibilidade de voltar a subir os juros “se considerar apropriado”. Em nota, o BC informou que o ambiente externo permanece incerto devido à situação e à política econômica dos Estados Unidos, com repercussões nas condições financeiras globais.
No Brasil, a autoridade destacou que a inflação continua acima da meta, apesar da desaceleração da atividade económica, o que indica que as taxas de juro permanecerão elevadas por muito tempo.
Analistas de mercado estimam que a taxa básica encerre 2025 em 15% ao ano. Até o final de 2026, a expectativa é que a Selic caia para 12,25% ao ano. Para 2027 e 2028, a previsão é que seja reduzido novamente para 10,5% ao ano e 10% ao ano, respectivamente.
Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida; e isto tem impacto nos preços porque as taxas de juro mais elevadas tornam o crédito mais caro e incentivam a poupança. Os bancos também consideram outros fatores na definição dos juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Portanto, taxas mais elevadas também podem dificultar a expansão da economia.
Quando a taxa Selic é reduzida, a tendência é que o crédito fique mais barato, incentivando a produção e o consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.
PIB e taxa de câmbio
Nesta edição do boletim Focus, a estimativa das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira neste ano ficou em 2,16%. Para 2026, a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país) era de 1,78%. Para 2027 e 2028, o mercado financeiro estima expansão do PIB em 1,88% e 2%, respectivamente.
Impulsionada pelas expansões nos serviços e na indústria, no segundo trimestre deste ano a economia brasileira cresceu 0,4%. Em 2024, o PIB fechou com alta de 3,4%. O resultado representa o quarto ano consecutivo de crescimento, sendo a maior expansão desde 2021, quando o PIB atingiu 4,8%.
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A previsão para a cotação do dólar é de R$ 5,40 para o final deste ano. Ao final de 2026, estima-se que a moeda norte-americana estará em R$ 5,50.
*Com informações da Agência Brasil






