Em uma reunião virtual do bloco, o Presidente critica os sobrepostos, condena a ação militar de Israel, defende uma solução para a guerra na Ucrânia e propõe o cronograma climático para a COP30
Ricardo Stuckert/PR – 07/07/2025 Presidente Lula ao lado do primeiro -ministro da Índia, Narendra Modi, durante o Reuião do Brics no Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse na segunda-feira (8) que o Brics-Block se formou por 11 nações, incluindo Brasil, China, Rússia, Índia e África do Sul-são o alvo de práticas comerciais injustificadas e ilegais, além de sofrer com o que chamavam de “tarifa Blackmail”. A declaração foi feita durante uma reunião virtual com os líderes do grupo, convocados pelo Brasil, que detém a presidência rotativa do bloco. De acordo com o Planalto Palace, governantes da China, Egito, Indonésia, Irã, Rússia, África do Sul, bem como representantes de árabes unidos, Etiópia e Índia, participaram da reunião.
Sem citar diretamente os Estados Unidos, Lula criticou a imposição de superlotos comerciais – como a tarifa de 50% aplicada recentemente pelo governo de Donald Trump em produtos brasileiros. O presidente disse que “as sanções secundárias restringem a liberdade” dos países a fortalecer as parcerias e que a integração comercial e financeira no BRICS oferece alternativa ao protecionismo.
Lula também defendeu a reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC), paralisada nos últimos anos. Segundo ele, os princípios básicos do livre comércio, como as cláusulas nacionais mais favorecidas e o tratamento nacional, estão sendo desrespeitados. “Cabe ao BRICS mostrar que a cooperação excede qualquer forma de rivalidade”, disse ele.
Críticas aos EUA, Israel e defesa do multilateralismo
O presidente brasileiro classificou como “fator de tensão” a presença das forças armadas dos Estados Unidos no mar do Caribe e pediu uma “solução realista” para acabar com a guerra entre a Rússia e a Ucrânia. Ele também condenou a ação militar de Israel na faixa de Gaza, chamando -a de “genocídio”.
O discurso também incluiu a defesa de uma maior governança digital, para impedir o domínio de poucos grandes técnicos e críticas às práticas do unilateralismo. Lula disse que o BRICS representa 40% do PIB mundial e quase metade da população global, o que, segundo ele, dá a legitimidade do grupo para liderar mudanças na ordem internacional.
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COP30 e agenda ambiental
Lula aproveitou a reunião para reforçar o convite aos países do BRICS para ingressar nas florestas tropicais do fundo, que será lançado durante a COP30 em novembro em Belém, a capital de Pará. Ele também sugeriu a criação de um advogado de mudanças climáticas na ONU, com o objetivo de unir as ações hoje espalhadas por enfrentar a crise climática.
Em uma declaração, a Planalto relatou que os líderes do bloco discutiram riscos de medidas unilaterais, expandindo o comércio entre países membros e reafirmou o compromisso de fortalecer o multilateralismo.
*Relatório produzido com a ajuda da IA