Empresária discursou nesta quinta-feira (4) na 6ª reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social e Sustentável; também apelou ao sector privado para reduzir a violência contra as mulheres
NELSON ALMEIDA/AFP Em discurso, Luiza Trajano também falou sobre tributação de apostas e COP30
A empresária Luiza Trajano disse nesta quinta-feira (4) que a taxa de juros no Brasil “está muito alta” e que “não faz sentido”. A empresária também fez um apelo por medidas do setor privado para coibir a violência contra as mulheres, após discurso que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), adotou na semana passada e elogiou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pelas medidas de taxação das apostas.
“As pessoas querem comprar, querem emprego, querem criar os seus negócios, mas para esta roda girar precisamos de olhar para o que nos impede de ir mais longe. Sou uma voz que os economistas não gostam, mas falo como empresária e cidadã que as taxas de juro estão muito altas.
Ela disse a Haddad que “quem está sofrendo” são as pessoas mais simples com as dívidas causadas pelas apostas eletrônicas. Ele citou a pressão dos agiotas contra os trabalhadores e disse que as empresas precisam trabalhar na saúde mental dos funcionários. “Temos feito trabalho na nossa empresa porque quem está no topo são as pessoas mais endividadas. Eles procuram agiotas, os agiotas pressionam e temos que trabalhar a saúde mental também.
Ele também exigiu que as pessoas parassem de “falar mal do Brasil”. Disse que “vivemos num país maravilhoso” e que é preciso “destacar o que é bom”. Ele mencionou um colar que usou e que comprou durante a COP30, em Belém.
O momento de maiores aplausos da manhã foi quando a empresária fundadora do Magalu falou sobre a violência contra a mulher. Trajano pediu autorização para falar sobre o assunto e citou o caso de uma trabalhadora do Magalu vítima de feminicídio. Ele disse que a empresa adotou regras para evitar que isso aconteça novamente.
“Há 10 anos, mesmo trabalhando, o Magalu perdeu um gerente de loja de um shopping que trabalhava há 17 anos, 37 anos. Me senti muito mal. Nos unimos, empresas, homens, mulheres e famílias e dissemos que o Magazine Luiza nunca mais perderia uma mulher. E não perdemos há 10 anos”, declarou, evitando o tema inicial, que era sobre o cenário econômico.
“Temos uma fila, um aplicativo e quem mais se envolveu foram os homens. Numa briga entre marido e mulher, ninguém coloca a colher, mas o Magalu coloca. Quero perguntar aos empresários: quando você coloca a colher e cria um movimento, as pessoas têm muito mais medo do que qualquer outro movimento. Não podemos mais aceitar isso”, continuou a empresária.
Após terminar seu discurso, ela foi aplaudida de pé por cerca de 30 segundos pelos presentes.
*Com informações do Estadão Conteúdo








