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CPMI do INSS aprova intimação e quebra de sigilo de Daniel Vorcaro

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Além de Vorcaro, foram convocados outros cinco executivos: Salim Dayan, do Daycoval, André Luiz Calabro, do Pan, Everton Francisco da Rosa, da Facta Financeira, Luis Felix Cardamone Neto, do BMG, e Glauber Marques Correa, do Agibank

Divulgação/Banco Master Daniel Vorcaro, presidente do Banco Master

A CPMI do INSS aprovou nesta quinta-feira, 4, a intimação de Daniel Vorcaro, dono do Banco Master e acusado de fraude e organização criminosa em suposto esquema para emissão de R$ 12 bilhões em créditos falsos. O sigilo bancário e telemático do empresário também foi quebrado pela comissão.

O pedido foi protocolado pelo relator, deputado federal Alfredo Gaspar (União-AL). “Nesse sentido, faz-se necessária a convocação do senhor Daniel Vorcaro, presidente do Banco Master S.A, para prestar esclarecimentos a respeito do papel da instituição na oferta de produtos financeiros a aposentados e pensionistas, inclusive crédito consignado, o que pode justificar o elevado número de reclamações recebidas pela Senacon nos últimos anos”, diz o texto.

Além de Vorcaro, foram convocados outros cinco executivos: Salim Dayan, do Daycoval, André Luiz Calabro, do Pan, Everton Francisco da Rosa, da Facta Financeira, Luis Felix Cardamone Neto, do BMG, e Glauber Marques Correa, do Agibank.

Também havia exigências de convocação para outros presidentes de instituições financeiras. A lista incluía a presidente do Palmeiras e da financeira Crefisa, Leila Pereira, e o presidente do PicPay, Eduardo Chedid. Mas estes foram votados e rejeitados após uma manobra governamental.

Mario Roberto Opice Leão, do Santander SA, e Marcelo Kalim, do C6, também foram poupados. A oposição aproveitou a vontade do governo de bloquear a convocação de executivos e incluiu no bloco de pedidos votados o pedido de elaboração de relatórios de inteligência financeira (RIFs) da Zema Crédito, Financiamento e Investimento, a financeira do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo).

Conforme revelou o Estadão, a comissão se prepara para iniciar uma nova fase, na qual mirará possíveis ilegalidades na cobrança de crédito consignado sem autorização.

O critério para escolha dos executivos foi o volume de reclamações registradas na plataforma Consumidor.gov.br e na Secretaria Nacional de Defesa do Consumidor (Senacon), vinculada ao Ministério da Justiça.

No caso da chamada PicPay, o pedido também citava a atuação da fintech no programa “Meu INSS Vale+”, lançado em 2024 e que previa o adiantamento de até R$ 150 do benefício. O município suspendeu a ação em maio após denúncias de que a empresa cobrava taxas para repassar o valor do adiantamento, o que contrariava as regras estabelecidas.

A Crefisa assumiu a maior parte da folha de pagamento dos novos benefícios previdenciários após vencer um leilão em outubro de 2024. Houve denúncias de “graves falhas operacionais, contratuais e sistêmicas” contra a empresa, o que levou o INSS a suspender cautelosamente parte dos contratos.

Os relatos indicam pressão sobre os clientes para abrirem contas correntes e adquirirem produtos não solicitados, o que constitui uma prática de venda casada.

Gaspar também pediu ao ministro da Controladoria-Geral da União, Vinícius Marques de Carvalho, o envio da documentação completa sobre o crédito consignado. A solicitação inclui relatórios de auditoria, notas informativas e “quaisquer outros documentos” relacionados ao tema.

Solicitação semelhante foi feita ao presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, para envio de documentos produzidos pela Auditoria Geral do órgão relativos aos empréstimos cedidos.

*Conteúdo do Estadão



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