Durante o Fórum LIDE em Paris, ex-governador destaca convergência entre empresas e governo e aponta a necessidade europeia de novos mercados face ao protecionismo norte-americano
Reprodução/Jovem Pan Ex-governador João Doria concede entrevista à Jovem Pan durante o Fórum LIDE na França
O ex-governador de São Paulo e copresidente do LIDE, João Doria, manifestou otimismo em relação à conclusão do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia. Em entrevista concedida em Paris, durante o Fórum Brasil-França, Doria afirmou que as negociações estão em fase final e projetou a assinatura do pacto até 20 de dezembro.
Segundo Doria, o atual cenário geopolítico favorece a união dos dois blocos, impulsionados, ironicamente, pela postura protecionista dos Estados Unidos. Um dos pontos centrais da análise do ex-governador é o impacto das políticas económicas de Donald Trump. Ele avalia que as medidas restritivas e o aumento das tarifas impostas pelo governo norte-americano aos produtos europeus serviram de catalisador para a aproximação com o Mercosul.
“A administração Trump está a ajudar outros países a compreender a importância desta união e da abertura de novos mercados bilateralmente”, explicou. Para a Europa, o acordo tornou-se uma alternativa estratégica para contornar o isolamento comercial e garantir o fluxo económico fora da esfera de influência dos EUA.
Resistência francesa e impacto econômico
A França tem sido o principal obstáculo à aprovação do acordo, devido à forte pressão do seu setor agrícola (o “agro francês”), que teme a competitividade dos produtos sul-americanos. No entanto, Doria informou que, embora o tema continue complexo, a resistência é hoje “muito menor” do que no passado recente.
O acordo criaria uma das maiores zonas de comércio livre do mundo, integrando um mercado de 700 milhões de consumidores. Doria destacou que esse número representa quase o triplo da população consumidora dos Estados Unidos, abrindo um vasto horizonte não só para o agronegócio brasileiro, mas também para os produtores de commodities, de bens manufaturados e do setor de serviços e tecnologia.
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Diálogo com Macron
O evento em Paris também marcou a retomada do diálogo entre o setor produtivo brasileiro e lideranças governamentais. Doria, que tinha na agenda uma reunião no Palácio do Eliseu com o presidente francês Emmanuel Macron, descreveu o momento atual como de convergência.
O ex-governador enfatizou que o encontro com Macron teria um “caráter menos exigente e muito mais conciliador e integrador”, visando solidificar as boas políticas implementadas pela França em resposta às pressões comerciais globais.
*Com informações de Luca Bassani
*Relatório produzido com a ajuda de IA








