
Meta Investe em Energia Geotérmica para Abastecer Centros de Dados com Alta Demanda Energética
A Meta Platforms, empresa controladora do Facebook, está apostando na energia geotérmica como solução para suprir a crescente demanda energética de seus centros de dados. A companhia assinou um acordo com a XGS Energy, sediada no estado do Novo México, para a construção de uma usina geotérmica avançada com capacidade de 150 megawatts (MW). Os detalhes financeiros e a localização exata da usina ainda não foram divulgados, mas a expectativa é que a energia produzida seja injetada na rede elétrica local e passe a abastecer o centro de dados da Meta em Los Lunas a partir de 2030.
Nos Estados Unidos, os centros de dados estão entre os maiores consumidores de energia elétrica, uma tendência que se intensifica à medida que gigantes da tecnologia investem bilhões em projetos voltados para inteligência artificial (IA). Para acompanhar esse crescimento e atender às exigências ambientais, empresas do setor estão recorrendo cada vez mais a fontes de energia limpa como eólica, solar, nuclear e geotérmica. A Meta, por sua vez, estabeleceu como meta atingir emissões líquidas zero até 2030.
Energia do Subsolo Impulsiona os Planos da Meta em IA
As usinas geotérmicas geram energia a partir do calor armazenado nas profundezas da Terra, especialmente em rochas secas e quentes. Tradicionalmente, esse processo dependia de recursos hídricos naturais, mas as tecnologias mais modernas têm utilizado reservatórios artificiais, o que também contribui para a conservação da água. Estima-se que o Novo México tenha um potencial inexplorado de até 160 mil MW em geração geotérmica. A XGS desenvolveu um sistema de circuito fechado em que a água circula dentro de um revestimento de aço, impedindo seu vazamento pelas fissuras das rochas.
Além do acordo com a XGS, a Meta firmou parceria semelhante com a Sage Geosystems para o desenvolvimento de outra usina geotérmica com capacidade de 150 MW. A empresa também assinou recentemente um contrato de 20 anos com a Constellation Energy, especializada em energia nuclear, para compra de energia da usina nuclear de Illinois. Neste caso, o contrato segue o modelo tradicional de Acordo de Compra de Energia (PPA), que permite à Meta adquirir créditos de energia limpa e compensar as emissões de gases do efeito estufa de suas demais operações. No entanto, o acordo com a XGS não é um PPA, mas sim um compromisso direto de geração de energia verde para abastecer os centros de dados da companhia na região.
Outras gigantes do setor também estão seguindo o mesmo caminho. A Alphabet, empresa controladora do Google, possui uma parceria com a Fervo Energy para desenvolver uma tecnologia similar na usina Cape Station.
Com esses investimentos em fontes renováveis, a Meta busca não apenas expandir sua infraestrutura tecnológica com responsabilidade ambiental, mas também fortalecer sua posição no setor de inteligência artificial com uma matriz energética sustentável e diversificada.