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Governo Lula publica decreto que abre caminho para alívio dos Correios

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Agência Brasil O acompanhamento da execução será realizado semestralmente pelos órgãos competentes, para garantir o cumprimento das metas e cronogramas definidos

Em meio à crise nos Correios, o governo emitiu um decreto para que as estatais não dependentes que enfrentam dificuldades operacionais possam apresentar um plano de reequilíbrio econômico-financeiro, incluindo a possibilidade de financiamento futuro pelo Tesouro.

“O novo mecanismo cria um caminho estruturado para que as estatais federais enfrentem os desafios conjunturais sem serem imediatamente reclassificadas como dependentes do Tesouro Nacional”, diz o Ministério da Gestão, em nota.

Segundo o ministério, a partir de agora, a aprovação do plano de reequilíbrio económico-financeiro para estes casos está condicionada à apresentação de medidas de ajustamento nas receitas e despesas que garantam a melhoria das condições financeiras e a manutenção da condição de não dependência da empresa.

Para ser aprovado, o plano deverá ser avaliado pelos próprios órgãos de governança da companhia (Conselho de Administração e Conselho Fiscal, conforme o caso), submetido à análise técnica e aprovação do ministério de fiscalização, e enviado ao órgão central do Sistema de Coordenação de Governança das Empresas Estatais, para análise e decisão final da Comissão Interministerial de Governança Corporativa e Administração de Interesses Societários da União (CGPAR).

O acompanhamento da execução será realizado semestralmente pelos órgãos competentes, para garantir o cumprimento das metas e cronogramas definidos.

“A nova versão do decreto abre a possibilidade de as empresas em dificuldades operacionais apresentarem planos de reequilíbrio que prevejam contribuições futuras específicas. A medida visa evitar que o apoio seja convertido em subsídio permanente, incentivando a empresa a procurar o reequilíbrio no prazo acordado”, acrescenta o Ministério da Gestão.

O decreto foi publicado em edição extra do Diário Oficial da União desta terça-feira, 9. Altera outro decreto, de junho de 2025, que regulamenta o processo de transição entre empresas estatais federais dependentes e não dependentes. a mudança foi proposta pelos ministros que compõem a CGPAR, comissão que trata da governança das estatais.

Situação dos Correios

Com prejuízo acumulado de R$ 6,05 bilhões no ano até setembro, a estatal negocia um empréstimo bilionário com os bancos. O objetivo é conseguir cobrir prejuízos até dezembro de 2026, financiar Programa de Demissão Voluntária (PDV), fazer investimentos, rolar dívidas e resolver conflitos com fornecedores.

O plano de reestruturação da empresa ainda depende da aprovação do Tesouro, que rejeitou o empréstimo de R$ 20 bilhões oferecido por cinco bancos à taxa de 136% do Certificado de Depósito Interbancário (CDI). O Tesouro quer que os juros sejam de no máximo 120% do CDI.

Ao mesmo tempo, o governo avalia a possibilidade de contribuir com a estatal para ajudar no fluxo de caixa da empresa em 2025. Na segunda-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o aporte ainda não foi decidido e que o valor eventual poderá ser inferior a R$ 6 bilhões.

Conforme mostrou o Estadão, para voltar a lucrar em 2027, os Correios terão que passar por uma reestruturação que exige um ajuste entre R$ 6 bilhões e R$ 8 bilhões em seu orçamento anual, entre cortes de gastos e aumento de receitas.

*Conteúdo do Estadão



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