Os Estados Unidos anunciaram uma ampla restrição de vistos visando nigerianos que se acredita estarem envolvidos em ataques anticristãos em todo o país.
A política, que também se estende aos familiares imediatos das pessoas afectadas, marca uma das acções mais fortes de Washington nos últimos anos em relação à violência de base religiosa na Nigéria.
De acordo com o Departamento de Estado dos EUA, a decisão faz parte de uma campanha global renovada que visa combater o que descreve como “flagrante violência anticristã”.
As autoridades americanas dizem que a medida surge após anos de repetidos ataques, assassinatos e destruição de assentamentos cristãos por grupos extremistas, milícias armadas e redes criminosas coordenadas que operam em várias partes da Nigéria.
A declaração explicou que as restrições se enquadram na Seção 212(a)(3)(C) da Lei de Imigração e Nacionalidade dos EUA.
Ao abrigo desta regra, os vistos podem ser negados a indivíduos que dirigiram, autorizaram, financiaram ou participaram em violações da liberdade religiosa.
A apólice também pode ser aplicada, quando necessário, a parentes próximos desses indivíduos.
O governo dos EUA sublinhou que não iria ignorar a crescente onda de ataques com motivação religiosa.
As autoridades referiram padrões contínuos de violência em comunidades repetidamente alvo de terroristas islâmicos radicais, facções ligadas às milícias Fulani e outros grupos armados.
Descreveram estes incidentes como parte de uma tendência mais ampla que exige atenção internacional urgente.
Washington também reiterou que a protecção das minorias religiosas continua a ser uma parte fundamental da sua política externa.
Espera-se que a nova proibição de vistos exerça pressão sobre as autoridades nigerianas para intensificarem os esforços no sentido de prevenir assassínios sectários, melhorar a informação de segurança e garantir a responsabilização dos perpetradores.
O governo nigeriano, no entanto, tem afirmado frequentemente que muitos dos conflitos são motivados por disputas de terras, banditismo e tensões económicas de longa data.
Contudo, os críticos argumentam que a identidade religiosa se tornou cada vez mais um factor definidor em vários dos ataques recentes, especialmente nas comunidades rurais.





