Governo Federal planeja usar reservas de terras raras e diretrizes digitais como ativos para reverter cobrança de 40% sobre produtos manufaturados
ANDREW CABALLERO-REYNOLDS/AFP Governo brasileiro avalia que uma nova rodada de negociações para redução de tarifas impostas pelos EUA só terá sucesso através da apresentação de contrapartidas concretas
O governo brasileiro avalia que uma nova rodada de negociações para redução de tarifas impostas pelos Estados Unidos só terá sucesso mediante a apresentação de contrapartidas concretas. A administração federal busca reverter a sobretaxa de 40% que ainda incide sobre os produtos manufaturados nacionais, afetando a competitividade da indústria brasileira e colocando em risco milhares de empregos.
Embora setores do agronegócio — como carne e café — já tenham sido isentos da tarifa, a indústria de transformação continua a ser penalizada, enfrentando desvantagem em relação a outros países que exportam para o mercado norte-americano com tarifa zero.
Para desbloquear o diálogo e tornar o acordo atraente para o governo de Donald Trump, o Brasil aposta em ativos estratégicos onde os Estados Unidos têm déficit. O principal ativo identificado pelo Palácio do Planalto são as terras raras. Esses minerais são essenciais para a produção de tecnologias de ponta, inclusive baterias elétricas. O Brasil, como um dos maiores detentores dessas reservas e referência no setor, pode oferecer o abastecimento necessário para a cadeia produtiva norte-americana.
Além dos recursos minerais, o governo brasileiro estuda incluir nas negociações questões relacionadas à economia digital, envolvendo especificamente a regulamentação e implantação de Data Centers e a atuação das Big Techs.
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Articulação diplomática
As negociações estão sendo lideradas pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. O objectivo é evitar uma escalada da crise diplomática e apostar no pragmatismo económico.
Há expectativa de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva viaje a Washington no próximo ano para uma reunião com Trump na Casa Branca. A visita teria como foco central a selagem desses acordos comerciais, desde que o Brasil conseguisse apresentar um pacote de contrapartidas que justificasse, aos olhos dos norte-americanos, a remoção de barreiras tarifárias à indústria nacional.
*Com informações de Igor Damasceno
*Relatório produzido com a ajuda de IA








