Em discurso à nação, presidente projetou injeção de R$ 28 bilhões na economia com benefícios fiscais e afirmou que saúde e educação não perderão recursos
Declaração de Ricardo Stuckert/PR à Nação sobre Isenção de Imposto de Renda
Em pronunciamento em rede nacional de rádio e TV neste domingo (30), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para salários de até R$ 5 mil é um passo decisivo no combate à desigualdade e elimina o que chamou de “privilégio vergonhoso” da elite econômica. A lei foi sancionada no dia 26 e entra em vigor em janeiro de 2026.
Segundo Lula, a medida representa a maior mudança no IR em mais de um século e corrige distorções históricas. “Pela primeira vez, mais de cem anos após o início do Imposto de Renda, os privilégios de uma pequena elite financeira deram lugar a conquistas para a maioria do povo brasileiro”, disse. Ele reforçou que a reforma busca enfrentar a “injustiça tributária”, que, na sua avaliação, é a principal causa da desigualdade no país.
Economia no bolso e impacto no consumo
Lula destacou que os trabalhadores que ganham até R$ 5 mil não terão mais desconto do imposto a partir de janeiro. Ele citou como exemplo alguém que recebe R$ 4,8 mil por mês: essa pessoa poderá economizar até R$ 4 mil ao longo do ano — “quase um 14º salário”, disse.
O presidente destacou ainda que haverá redução de impostos para rendimentos entre R$ 5 mil e R$ 7.350. Segundo cálculos da Receita Federal, a mudança deverá injetar R$ 28 bilhões na economia em 2026. Para Lula, esse efeito multiplicador — mais dinheiro disponível, maior consumo e aumento da atividade econômica — trará estímulos significativos ao comércio, à indústria e aos serviços.
Tributar os super-ricos como compensação
O presidente afirmou que a compensação da renúncia fiscal não afetará áreas como saúde e educação. Virá da tributação dos chamados super-ricos —cerca de 140 mil contribuintes que ganham mais de R$ 600 mil por ano. Eles devem pagar uma alíquota mínima de imposto de 10% sobre a renda.
“Estamos falando de 0,1% da população, pessoas que ganham até 100 vezes mais que 99% da população brasileira”, disse Lula. Ele disse que hoje quem vive do trabalho paga até 27,5% de imposto, enquanto quem vive da renda paga, em média, 2,5%. “Quem mora em mansão, coleciona carros e jatos importados, paga dez vezes menos que um professor ou uma enfermeira. Isso é inaceitável”.
Discurso com tom social e eleitoral
Durante seu discurso, Lula afirmou que a desigualdade no país é atualmente a menor da história, citando dados do Ipea, mas insistiu que a concentração da riqueza continua alta: “O 1% mais rico acumula 63% da riqueza do país; a metade mais pobre, apenas 2%”.
O presidente também mencionou as políticas sociais do seu governo — como Bolsa Família, Pé-de-Meia, Luz do Povo e Gás do Povo — e disse que todas fazem parte de uma estratégia mais ampla para aumentar a renda, reduzir as desigualdades e fortalecer a economia.
A ampliação da isenção do IR é promessa de campanha de 2022 e será um dos principais pilares da campanha de Lula à reeleição em 2026. A medida foi aprovada por unanimidade na Câmara e no Senado, embora a cerimônia de sanção tenha ocorrido sem a presença dos presidentes das duas Casas, em meio ao aumento das tensões entre o governo e o Congresso.
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“Apenas o primeiro passo”
Lula encerrou seu discurso dizendo que a mudança no RI marca uma “virada histórica”, mas afirmou que novas ações virão. “Continuaremos firmes, lutando contra os privilégios de poucos para defender os direitos e oportunidades de muitos. Nosso governo está ao lado do povo brasileiro na construção de um país mais próspero, mais forte e mais justo.”
*Relatório produzido com a ajuda de IA








