A UCR reabriu o debate sobre a eutanásia na Argentina com um projeto que visa permitir ajuda médica para acabar com a vida em casos de doenças graves. O deputado Lisandro Nieri liderou a proposta e os legisladores do seu bloco a acompanharam. Fontes parlamentares indicaram que o assunto poderá ser discutido no início das sessões ordinárias de 2026.
UCR reativou a discussão sobre a eutanásia na Argentina
A eutanásia voltou à cena no Congresso. Deputados da UCR apresentaram projeto que visa regulamentar sua aplicação na Argentina. A iniciativa busca garantir que pessoas com doenças graves possam solicitar ajuda médica para acabar com a vida. O texto estabelece controles rígidos e um procedimento claro.
O impulso veio da mão de Lisandro Nieri. O deputado de Mendoza assumiu uma exigência histórica de radicalismo. Ele estava acompanhado de outros cinco membros do bloco. Todos concordaram com a necessidade de avançar para um quadro jurídico que forneça garantias. O projeto define critérios, supervisão profissional e um sistema de salvaguarda para evitar abusos.
Hoje rege a Lei 26.742, que regulamenta a “morte com dignidade”. Esta regra permite recusar tratamentos médicos. No entanto, não permite uma assistência activa para acelerar o processo final. A proposta da UCR procura dar um passo adiante. O objetivo é permitir a eutanásia ativa sob condições estritas.
Apresentei um projeto de lei para a regulamentação da eutanásia na Argentina.
Está respaldada pela Lei dos Direitos do Paciente e pela Lei da Morte Dignificada, com reformas penais que proporcionam segurança jurídica. Segurança para os médicos, tranquilidade para as famílias e dignidade para os pacientes. pic.twitter.com/sGagL4E87A
-Lisandro Nieri (@LisandroNieri) 26 de novembro de 2025
Uma mudança legal com controles e salvaguardas
O projeto introduz diretrizes específicas. Entre elas, a possibilidade de revogar a decisão a qualquer momento. Também garante cobertura total do sistema de saúde. A medida atingiria os setores público e privado. Além disso, prevê sanções para quem dificultar o acesso à prática sem motivos válidos.
A proposta procura evitar lacunas jurídicas. Estabelecer um esquema de supervisão que inclua médicos, psicólogos e comissões de ética. Este sistema visa garantir que cada caso seja analisado com rigor. O procedimento seria acionado apenas em caso de doenças graves, crônicas ou irreversíveis.
A história do Uruguai e o impacto regional
O contexto regional desempenha um papel fundamental. Em outubro de 2025, o Uruguai aprovou a primeira lei sul-americana de eutanásia. O seu Parlamento aprovou um texto que regula completamente a morte assistida. A decisão abriu um precedente importante na região.
A Colômbia já havia avançado por meios judiciais. O seu Tribunal Constitucional permitiu a prática em 1997. O Uruguai, por outro lado, fê-lo através de uma lei votada após um debate de cinco anos. Esse contexto influenciou a discussão local. A UCR cita isto como prova de que é possível construir consenso.
O Congresso argentino poderá voltar ao tema em 2026. O projeto UCR será um dos primeiros na agenda das sessões ordinárias. Seu tratamento abrirá uma discussão delicada. Marcará também um passo decisivo no debate sobre a eutanásia na Argentina.








