A defesa ainda pode apresentar embargos infratores, mas o STF entende que esse instrumento só é válido quando o réu tiver pelo menos 2 votos para absolvição
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não apresentou novo embargo para declaração contra a condenação por tentativa de golpe de Estado no prazo – que terminou às 23h59 desta segunda-feira (24.nov.2025). Em setembro, a 1ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) havia fixado a pena em 27 anos e 3 meses de prisão. O primeiro recurso apresentado pelos advogados foi rejeitado no início de novembro.
O que são embargos de esclarecimento – são uma espécie de recurso utilizado para apontar omissões, contradições ou obscuridades na decisão. Via de regra, não alteram o tamanho da pena e servem apenas para esclarecer ou ajustar partes específicas da sentença.
A defesa ainda pode apresentar pedidos de infração, recurso que busca modificar a sentença. Porém, o STF tem entendimento consolidado de que esse instrumento só poderá ser utilizado quando o réu obtiver pelo menos 2 votos para absolvição, o que não aconteceu no julgamento de Bolsonaro. Apenas Luiz Fux se diferenciou dos colegas.
Quando a sentença transitar em julgado, terá início a execução da pena, fase em que Bolsonaro será transferido para uma unidade prisional em regime inicialmente fechado. Isso só ocorrerá depois de encerradas todas as possibilidades recursais, o que deverá acontecer nos próximos dias, quando a 1ª Turma concluir a análise da ação penal.
Com o trânsito em julgado, o STF expedirá o mandado de prisão para início da execução da pena de 27 anos e 3 meses.
PRISÃO PREVENTIVA
O ex-presidente está detido desde sábado (22/11), na Superintendência da PF (Polícia Federal), em Brasília, por ordem do ministro Alexandre de Moraes. A prisão não está diretamente relacionada à condenação pela tentativa de golpe de Estado. Bolsonaro estava em prisão domiciliar e foi levado após a PF apontar que ele tentou violar os cuidados impostos pela Justiça. Num vídeo, o próprio ex-chefe do Executivo diz que tentou abrir a tornozeleira eletrónica com um ferro de soldar, o que levou à conversão da medida cautelar em prisão preventiva.
Assista ao vídeo e veja como ficou a tornozeleira de Bolsonaro (1min29s):
CONVICÇÃO
A 1ª Turma do STF condenou Bolsonaro em 11 de setembro de 2025 por 5 crimes, incluindo tentativa de golpe de Estado. Votaram pela condenação do ex-presidente e dos outros 7 réus: Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.
Luiz Fux foi eliminado. O ministro votou pela condenação apenas de Mauro Cid e Walter Braga Netto pela abolição violenta do Estado Democrático de Direito. No caso dos outros 6 réus, o magistrado decidiu absolvê-los.
Eles foram condenados:
Os 8 formam o núcleo 1 da tentativa de golpe. Eles foram acusados pela PGR da prática de 5 crimes: organização criminosa armada e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado, além de danos qualificados e deterioração de bens tombados.







