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Piadas sobre garotos e a estrela pornô Bonnie Blue não são nervosas. É exploração

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Há um momento que todo pai de um jovem passa, geralmente entre seus 16 e 25 anos, quando você olha para ele, olha para seus amigos e de repente percebe o quão vulneráveis ​​os meninos realmente são. Eles se gabam, têm postura, agem de maneira mundana, mas no fundo ainda são crianças tentando descobrir a masculinidade, a sexualidade, a identidade e a autoestima em um mundo que está ficando mais complicado (e sexualizado) a cada dia.

Bonnie Blue foi tão ofensiva que até o OnlyFans, o YouTube do pornô para assinantes, encerrou sua conta. Crédito: Rob Parfitt/Canal 4

O que me leva ao fenômeno Bonnie Blue. Para quem não sabe, ela é a dublê pornográfica inglesa que fez sexo com mais de 1000 homens em um único dia, e que é conhecida por filmar conteúdos sexuais com estudantes universitários. Ela foi, hum, tão ofensiva que até OnlyFans, o YouTube da pornografia para assinantes, encerrou sua conta.

O azul representa um momento cultural profundamente preocupante – quando o conteúdo sexualizado dirigido a homens jovens é glamorizado como um ecossistema de entretenimento. O comportamento que ela promove é visto por muitos como imprudente, explorador e socialmente corrosivo, reduzindo os rapazes a adereços e piadas.

Claro. Ela pode fazer o que quiser. Mas isto tem a ver com a máquina cultural que transformou uma mulher conhecida pelo conteúdo sexual – dirigido aos jovens – numa espécie de herói popular entre rapazes adolescentes e rapazes de vinte e poucos anos que usam t-shirts estampadas com “I (emoji de coração) Bonnie Blue” como se fosse uma conquista. Ou um traço de personalidade. Ou, pior, uma medalha de honra.

Vamos chamá-lo pelo que realmente é: uma celebração perturbadora da dinâmica sexual predatória disfarçada de brincadeira. Blue tentou visitar a Austrália este ano para apresentações em escolas adjacentes e, com razão, seu visto foi revogado. Ela foi para Bali.

Porque algures no sistema, alguém reconheceu o que pais como eu veem instantaneamente: isto não é empoderamento, educação ou humor. Esta é a sexualização comercializada diretamente para meninos que ainda não possuem limites, experiência ou defesas emocionais totalmente formadas. E a pior parte? Eles estão comprando isso com camisetas, direitos embaraçosos de se gabar, memes e bravatas embaraçosas.

Não digo isso como uma espécie de Karen assustadora. Deus me livre. Digo isso como uma mãe que passou décadas trabalhando com mídia, estilo de vida, entretenimento e cultura pop. Tenho visto tendências irem e virem. Já vi escândalos. Já vi provocadores. Mas há uma diferença – uma enorme diferença – entre a sexualidade adulta e a glorificação pública da utilização de rapazes sexualmente inexperientes para conteúdo ou impulso profissional.

E como acabamos em um mundo onde uma loja de preservativos em Gold Coast que vende produtos de fãs de Bonnie Blue para adolescentes é vista como hilária?

Não é hilário. É horrível. Minha raiva não é dirigida apenas a uma mulher. Foi no ecossistema – as plataformas online, as empresas de produtos, os retalhistas e, sim, os próprios jovens – que transformou a exploração sexual numa estética de marca.





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