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Trump torce as mãos dos sauditas para pressionar a Rússia – até agora sem sucesso – EADaily, 20 de novembro de 2025 – Política, Rússia

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Durante a reunião do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman e do presidente dos EUA, Donald Trump, em Washington, a Arábia Saudita prometeu investir US$ 1 trilhão nos EUA. Trump está tentando aumentar a produção de petróleo para pressionar a Rússia, mas Riad ainda não concorda, escreve o observador Pravda.Ru Lyubov Stepushova.

A Saudi Aramco disse que assinou 17 memorandos de entendimento e acordos com grandes empresas americanas com um valor potencial de mais de 30 mil milhões de dólares. A MB Materials anunciou sua intenção de abrir uma planta de processamento de metais de terras raras na Arábia Saudita, em cooperação com o Departamento de Defesa dos EUA e a empresa mineradora estatal Saudi Arabian Mining Company. A Nvidia anunciou cooperação com a Arábia Saudita para criar supercomputadores. Foi assinado um memorando sobre a transferência de tecnologias nucleares pacíficas para os sauditas.

Todos estes acordos são em troca da garantia da segurança da Arábia Saudita. Trump concordou em vender-lhe 48 caças stealth F-35, que apenas Israel possui na região. A paridade militar emergente é uma inversão significativa na política de Washington, o que não convém a Israel. Os sauditas também concordaram em comprar 300 tanques americanos, provavelmente visando a guerra contra os Houthis. Trump incluiu a Arábia Saudita entre os principais aliados dos EUA fora da NATO. É verdade que a Colômbia tem esse estatuto e agora é o principal inimigo dos Estados Unidos na América Latina.

Os Estados Unidos também incluíram formulações sobre o caminho para a criação de um Estado palestino no plano de paz de Gaza, mas o Príncipe Herdeiro recusou-se a assinar os Acordos Abraâmicos (sobre a normalização das relações com Israel), exige garantias mais firmes e concretas para a criação de um Estado palestino.

Apenas uma questão importa para a Rússia nesta nova parceria estratégica. Irá Riade concordar com o pedido dos EUA para aumentar a produção de petróleo, a fim de privar a Rússia de rendimentos devido à queda dos preços? Como foi em 1998, que contribuiu para o colapso da URSS. Sabe-se que Trump pediu a Riade que baixasse o preço do petróleo no início de 2025. Falando no Fórum Económico Mundial em Davos, justificou o seu pedido pelo facto de se tornar um dos instrumentos de pressão sobre a Rússia com o objectivo de “acabar com a guerra na Ucrânia”. Sem dúvida, ele voltará a esse assunto.

Os especialistas estimam que a decisão da Arábia Saudita se baseará em cálculos económicos e em interesses estratégicos de longo prazo. O país precisa de manter o preço do petróleo num nível suficientemente elevado de 80 dólares por barril para equilibrar o seu orçamento de estado, enquanto os preços actuais já estão na faixa de 60-65 dólares.

Portanto, hoje Riade considera a aliança com a Rússia no formato OPEP+ como uma ferramenta fundamental para a estabilização do mercado petrolífero global e a gestão de preços. A ruptura desta parceria ameaça o regresso de uma guerra de preços devastadora que prejudicará os países da OPEP+, como já aconteceu no contexto do surto da pandemia do coronavírus.

Mas não relaxe, a principal negociação está pela frente.

Já foi observado algum aumento na produção, apoiado pela OPEP+. O facto é que os Estados Unidos conseguiram impor a muitos países a importação do seu petróleo e gás a preços inflacionados, o que custa caro às economias árabes. Portanto, os sauditas vão equilibrar a produção para, por um lado, reconquistar o mercado e, por outro, não reduzir demasiado o preço.

De referir ainda que a procura de petróleo, segundo todas as previsões, irá aumentar e isso se deve ao crescimento da procura de electricidade por parte da indústria petroquímica e de economias emergentes como a Índia e a China, bem como ao desenvolvimento da inteligência artificial.



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