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Uma nova missão científica explorará pela primeira vez áreas desconhecidas do Mar Argentino

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Uma equipe interdisciplinar do Conicet, da UBA e de especialistas internacionais liderará a terceira expedição do navio de pesquisa Falkor (também), voltada ao estudo de ambientes subaquáticos profundos.

O Mar Argentino será mais uma vez palco de uma campanha científica de relevância global. Um grupo de pesquisadores da Faculdade de Ciências Exatas e Naturais da UBA, em conjunto com o Conicet, liderará a terceira e última missão do navio de pesquisas Falkor (também) em águas nacionais. A viagem, denominada “A Vida nos Extremos”, pretende revelar o funcionamento de alguns dos ecossistemas subaquáticos mais desconhecidos do planeta, localizados a milhares de metros de profundidade.

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A expedição visitará vários pontos do talude continental, incluindo a Bacia do Salado, a Bacia das Malvinas e um setor ainda inexplorado das bacias Colorado-Rawson, onde se presume a existência de infiltrações frias no fundo do mar. Essas áreas despertaram um interesse crescente depois que equipes argentinas detectaram sinais de atividade geológica associada ao metano, um fenômeno fundamental para a compreensão da vida nas profundezas do oceano.

Pesquisa inédita no Atlântico Sul

À frente do projeto está a bióloga María Emilia Bravo, pesquisadora do Conicet e membro do Instituto de Geociências Básicas, Aplicadas e Ambientais de Buenos Aires (IGeBA, UBA-CONICET). Bravo destacou que se trata de uma expedição “sem precedentes na região”, que permitirá um estudo abrangente de como o metano influencia as características biológicas, físicas e químicas do ecossistema profundo.

Embora ecossistemas semelhantes já tenham sido documentados em outras partes do mundo, no Atlântico Sul a informação permanece limitada. Parte da mesma equipe argentina que primeiro identificou esses vazamentos retornará agora para investigá-los com tecnologia de ponta e observação direta.

SuBastian: um robô para olhar o oceano por dentro

Um dos protagonistas da missão será o SuBastian, um veículo subaquático operado remotamente e capaz de descer até 4.500 metros. A campanha prevê pelo menos 15 mergulhos, todos transmitidos ao vivo, que permitirão a observação em tempo real de ambientes até hoje conhecidos apenas por inferências científicas.

O robô coletará amostras de água, sedimentos, rochas e organismos do fundo do mar, enquanto Falkor (também) adicionará mapeamento acústico com múltiplas sondas, instrumentação oceanográfica avançada e equipamentos projetados especialmente para esta missão, como um amostrador de DNA ambiental de alto volume.

Colaboração nacional e internacional

A campanha reunirá 25 especialistas, incluindo 17 argentinos e 11 membros da Exactas UBA, abrangendo disciplinas como ecologia bentônica, zooplâncton, química marinha, geologia, geofísica e oceanografia física.

Também participarão líderes internacionais, incluindo a prestigiada ecologista marinha Lisa Levin, especialista mundial em ecossistemas quimiossintéticos. Levin já trabalhou ao lado de Bravo no Scripps Institution of Oceanography da Universidade da Califórnia em San Diego e fará isso novamente nesta viagem.

Quando a missão começa e como acompanhá-la ao vivo

A expedição partirá no dia 14 de dezembro do porto de Buenos Aires e terminará no dia 10 de janeiro de 2026 em Puerto Madryn, após viajar de norte a sul ao longo da encosta continental do Mar Argentino.

Assim como nas campanhas anteriores, os mergulhos do SuBastian podem ser acompanhados ao vivo no YouTube, uma oportunidade única de observar alguns dos ambientes mais enigmáticos e profundos do planeta, localizados no próprio Mar Argentino.



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