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Vice-presidente do Corinthians refuta suspeita de uso indevido de camisa da Nike: ‘Se ficar comprovado, vou pedir demissão’

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Armando Mendonça negou que seria o responsável pela gestão dos armazéns, tanto do CT Joaquim Grava como do Parque São Jorge, e diz que os materiais não foram destinados ao seu próprio benefício

Reprodução/Instagram/@armandoadv Armando explicou que as solicitações de camisas e demais uniformes são feitas ao gerente de cada departamento

Armando Mendonça, vice-presidente do Corinthians, se reuniu com a imprensa nesta quarta-feira (19) para se defender da acusação de ter desviado 131 itens esportivos da Nike sem formalização no sistema. Ele negou que seria o responsável pela administração dos armazéns, tanto do CT Joaquim Grava quanto do Parque São Jorge, e diz que os materiais não foram destinados ao seu próprio benefício. O dirigente também apontou falhas no processo e diz que sua reputação foi afetada.

Em reunião com profissionais de imprensa, o deputado diz que retirou apenas parte dos materiais que lhe são atribuídos e todos eles de forma legal. O dirigente apresentou documentos e e-mails que comprovariam sua inocência. “Das 131 camisas, 84 não foram retiradas por mim – destas, 62 nem saíram do Corinthians. Isso significa que retirei 47 materiais e uso de relacionamento e tenho minhas assinaturas. Em cinco meses, são uma média de cinco materiais por mês”, explicou.

Armando explicou que os pedidos de camisas e demais uniformes são feitos ao gestor de cada departamento, através de funcionários em sistema digital utilizado pelo clube, ao responsável pelo almoxarifado. As solicitações passam pelo controle do setor administrativo e, após as diligências, autorizam a liberação, a título de mera formalidade. Apresentou diversos documentos comparando solicitações com sua assinatura e outras assinadas por outros funcionários que retiraram materiais

“Falei com o presidente (Osmar Stábile) e com o Cori (Conselho Orientador). Não só falei, comprovei e documentei. Também fui à autoridade policial e apresentei todos os documentos. Não sei por que estão fazendo essa merda comigo”, disse. “No Corinthians não basta ser honesto, é preciso provar que é honesto. Nunca desviei material do Corinthians. Nunca fiz mau uso do material, exceto para uso institucional.”

Armando Mendonça manifestou-se indignado com o trabalho apresentado no relatório e revelou que pediu ao Corinthians que fizesse uma auditoria externa. “Há falhas gritantes em relação a mim (…) Este trabalho não faz nenhuma acusação contra mim, mas a narrativa levou à interpretação de que desviei material. Se for feita uma auditoria externa, especializada, e for constatado que desviei uma escuta do Corinthians, pedirei demissão no dia seguinte!”

Armando diz ainda que só retirou duas camisas especificamente para relacionamento em dois dias de jogo, totalizando cinco camisas e não 170 como apontado no total na reportagem. Sobre a superação da cota da Nike pelo clube, o vice afirmou que foi um “legado maldito” da gestão anterior e que o clube está trabalhando em todos os setores para melhorar o atendimento internamente e reforçou a confiança no presidente Osmar Stábile.

Ele reclama de não ter sido ouvido durante o processo de auditoria e de só ter tido acesso ao relatório no dia 7 de novembro. Ele nega ter ameaçado Marcelo Munhoes, diretor de tecnologia responsável pela auditoria, e refuta a informação de que tenha atrapalhado a entrevista com Rafael Garrote, representante da Nike. Ele cita uma ligação viva-voz com o representante da marca e Osmar.

Armando também refutou a informação de que teria desviado oito camisas comemorativas da NFL. Aos jornalistas, ele mostrou um e-mail no qual solicitava a separação do material para fazer o pedido de brindes aos funcionários do evento na Arena Corinthians e que documentou as oito camisas que estavam temporariamente em seu poder para uso pessoal para complementar o pedido de formalização da retirada. Ele nega que tenha pedido o cancelamento do pedido por conta da auditoria, mas que simplesmente não retirou para não prejudicar o processo e que os uniformes fiquem guardados.

Armando diz ainda que não foi o responsável pela transferência dos uniformes da nova camisa terceiro do CT para o Parque São Jorge após a comissão técnica reclamar da qualidade dos materiais. Ele afirma que a Nike não solicitou a devolução das peças, mas como não houve como fazer alterações na nota fiscal, o material permaneceu sem registro. Assim, atendeu ao pedido de Osmar para que os uniformes fossem encaminhados à sede do clube.

O deputado também leu um e-mail de um colaborador da auditoria, Luiz Moraes, que afirmou não ter participação no relatório, mas aparece no documento que Armando recebeu como um dos auditores numa primeira versão. Por isso, notificou extrajudicialmente Marcelo Munhoes. Posteriormente, o documento que vazou para a imprensa apareceu alterado, sem o nome do colaborador entre os auditores.

Armando diz que sabia nos bastidores que seu nome estava envolvido na polêmica e que conversou com Munhoes em reunião de diretores e que destacou sua preocupação com a responsabilidade da auditoria diante de terceiros, mas não voltou a falar com o auditor.

O diretor explicou ainda que a falta de uniformes para jogar contra o Fluminense, no Maracanã, se deveu à falta de tempo na logística da Nike para entregar um novo traje.

O deputado destacou que o relatório da auditoria “estranhamente não inclui” a apresentação de materiais que foram retirados para o setor de TI a pedido do auditor Muhoes, incluindo seis camisetas, uma mochila solicitada pelo diretor de tecnologia e uma camiseta autografada solicitada pelo outro auditor, Reginaldo Nascimento.

Armando conta ainda que, após a posse de Stábile, foi ele quem exigiu melhorias no departamento de tecnologia para desburocratizar e evitar desvios, além de pedir ao Conselho que fizesse um inventário e implementasse um sistema de emissão de notas fiscais. O deputado disse ainda que, atendendo a seu pedido, hoje todo o material utilizado nos jogos volta para o almoxarifado e não fica mais guardado na lavanderia justamente para ter controle.

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O caso é investigado pela Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Desportiva (Drade) a pedido do Ministério Público de São Paulo (MP-SP). Armando Mendonça prestou depoimento nesta terça-feira (15), onde apresentou aos jornalistas as inconsistências afirmadas.

*Com informações do Estadão Conteúdo

Publicado por Nataly Tenório



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