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O risco país ultrapassou o piso dos 600 pontos num contexto de fortes entradas de dólares

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A série de colocações de Obrigações Negociáveis ​​do setor privado e um título CABA com taxa de 8,1% renovam as expectativas para a possibilidade de a Argentina voltar a emitir títulos soberanos.

Em meio a um período de colocação de Obrigações Negociáveis ​​(ON) com taxas em queda – da ordem de 8% ao ano -, e após a emissão de US$ 600 milhões em nome da Cidade de Buenos Aires – com taxa de 8,1% -, os títulos soberanos em dólares voltam a subir nesta quarta-feira e o risco-país argentino ultrapassa o piso de 600 pontos base.

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Os títulos públicos Bonares e Globales subiam em média 0,7% às 11h, enquanto o indicador JP Morgan corta 16 unidades para a Argentina, a 597 pontos base.

O mercado de câmbio argentino movimentou-se com ligeiro viés positivo nesta quarta-feira devido a novos recursos que ajudam a amortecer as pressões recentes e que levaram o dólar atacadista à área de 1.400 pesos.

Ao mesmo tempo, a estabilização do dólar abaixo do teto das bandas cambiais foi favorecida por esta maior circulação de dólares, dada a subscrição de dívida corporativa graças à queda do risco país e à queda das taxas de juro, tendência que se acentuou após a vitória do Governo nas eleições intercalares de 26 de outubro.

Analistas destacam a atuação de diversas empresas decididas a lançar instrumentos chamados ON com a ideia de ter recursos novos com juros baixos e prazo mais longo.

Max Capital especificou que “a cidade de Buenos Aires emitiu US$ 600 milhões com rendimento de 8,125% e vida média de sete anos, somando-se às emissões corporativas de YPF, TGS, Pampa, Edenor, Pluspetrol e Tecpetrol”.

“Mais de metade do montante emitido pelas empresas foi destinado ao cumprimento do pagamento da dívida através da emissão estratégica após o comício eleitoral. O resto dos fundos será utilizado para importações e despesas de capital na maioria dos casos, pelo que o efeito na taxa de câmbio que alguns investidores esperavam ocorrerá gradualmente, não como uma venda de dólares, mas como uma menor procura de importações por parte destas empresas”, considerou Max Capital.

O dólar continua “a afastar-se ainda mais do limite superior da banda cambial. Apesar da oferta agrícola limitada, as entradas de divisas provenientes da emissão de dívida externa corporativa e a maior confiança no peso parecem apoiar este desempenho”, informou o BancTrust & Company.

O Presidente Libertário Javier Milei obteve um apoio inesperado nas eleições legislativas de Outubro, o que lhe permitirá – através da formação de um novo Congresso desde Dezembro – promover leis comprometidas para ajudar a desregulamentar a economia, que atravessa três quartos de declínio.

Por sua vez, o principal índice S&P Merval de Buenos Aires avança marginalmente 0,2%, a 2.938.000 pontos. O painel líder lateralizou esta semana depois de ter notado um aumento de perto de 10% durante as duas semanas anteriores e um avanço histórico de quase 70% no mês passado, em sincronia com a recuperação dos ADRs argentinos em Nova York e os níveis recordes dos índices de Wall Street.

“A mudança de expectativas após as eleições legislativas, somada aos sinais positivos em termos de governabilidade e sustentabilidade do programa económico, permitem-nos antever um regresso da Argentina aos mercados de dívida internacionais no curto prazo”, informou a corretora Aldazabal y Compañía.

A administração de Milei assinou na semana passada um amplo acordo com os Estados Unidos para incentivar o comércio bilateral, o que também ajuda a aumentar a confiança entre os poupadores.

Por outro lado, o Ministério da Economia informou que o superávit primário atingiu 0,1% do PIB em outubro, marcando o vigésimo segundo mês consecutivo de resultados positivos.

“Após a vitória eleitoral do partido no poder, os riscos fiscais derivados da situação no Congresso foram reduzidos, pelo que as autoridades estão numa posição mais forte para atingir o seu objectivo de excedente primário anual de 1,6% do PIB”, indicou a Reuters.

Recorde-se que os bancos argentinos permanecerão fechados na próxima sexta-feira e segunda-feira devido a feriados, enquanto a Bolsa funcionará na sexta-feira sem liquidações e permanecerá inativa no início da próxima semana, situação que obriga os investidores a repensar as estratégias de carteira.



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